Sargento da PM é denunciado pelo MPE em esquema de crime ambiental no Araguaia

João da Paixão Alves Madureira, sargento da PM-MT está sendo denunciado pelo Ministério Público Estadual, por acobertar dois pequenos produtores rurais, identificados por Hagno Carrijo da Silva e Gerson Rodrigues Soares, por praticar crime ambiental e tirar ‘proveito’ em cima deles, na região de Ribeirãozinho, a 109 km de Barra do Garças.

Assim como eles, os denunciantes afirmam que tomaram conhecimento da autuação quando foram intimados para comparecer à delegacia para prestar esclarecimentos.

Segundo eles, proprietários rurais em situação idêntica, que também fizeram pequeno desmatamento, não teriam sido incomodados pela Polícia Militar.

A razão, conforme o documento, seria a famosa “ajeitadeira”. Eles ainda disseram que sem abrir a carteira, eles teriam sido penalizados.

Os chacareiros disseram ainda que o trabalho de fiscalização não estaria acontecendo de forma correta, na legalidade.

Em junho de 2021 houve troca de comando no Núcleo de Polícia Militar de Ribeirãozinho, quando um policial conhecido, respeitado pela sociedade e atencioso com a população, foi substituído pelo sargento, que alterou a rotina de trabalho e passou a exigir de produtores rurais, comerciantes e agentes públicos, “ajuda” para reforçar o rancho dos militares.

As falas foram gravadas em áudio.

No áudio que faz parte da denúncia protocolada na Corregedoria-Geral da PM e no MP, o diálogo travado entre o sargento Madureira e um agricultor identificado como Loro sugere acordo para não fiscalização e favorecimento ao transporte ilegal de Madeira.

No mesmo áudio, Loro indica a Madureira quem seria o dono de uma propriedade. E diante da informação, Madureira fica bastante animado.

“Segunda-feira, quando o Barbosa (Sargento/PM) estiver aqui nós vamos lá conversar com ele. Talvez a gente não leva ele no IBAMA, mas estou querendo funcionar o rancho aqui no destacamento, quem sabe ele ajuda nós. Uma mão lava a outra”, diz o militar suspeito de fazer tratativas e acordos com possíveis infratores.

Reprodução: Jornal estadão MT.

Foto ilustrativa.