Médico de 39 anos é acusado de assediar sexualmente enfermeira de 34 anos

O médico psiquiatra, identificado como A.A.I.F, 39 anos, do Hospital Estadual Santa Casa de Cuiabá, foi acusado de assediar sexualmente uma técnica de enfermagem, de 34 anos. O caso foi registrado na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) no dia 30 de novembro, mas veio à tona nesta segunda-feira (13).

De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima relatou à Polícia que trabalha como auxiliar de enfermagem na unidade hospitalar. Durante a pandemia, ela começou a fazer tratamento psiquiátrico gratuito com o médico devido ao excesso de trabalho e as constantes mortes em decorrência da Covid-19.

Em entrevista ao site Folha Max, a técnica de enfermagem detalhou que esteve com o acusado quatro vezes por aproximadamente dois meses. Em sua segunda consulta, ele teria a convidado para tomar uma cerveja. Entretanto, a jovem estranhou e advertiu a conduta do médico. Na última consulta, realizada no dia 26 de novembro ocorreu o abuso sexual.

Na ocasião, ela teria deixado o celular em cima da mesa e o médico teria olhado uma foto sua e dito a ela que gostou do que viu. Em seguida, ele se dirigiu até a porta, trancou a sala e começou a acariciar os seus ombros dizendo “calma, relaxa, está muito tensa”. Na sequência, o acusado teria introduzido os dedos entre seus seios por dentro de sua roupa.

A vítima conta ainda que puxou a mão do médico, que insistiu em continuar com o assédio, dizendo: “já que você não quer, então tá, vai virar sapatão agora”. A técnica de enfermagem novamente repreendeu a ação do suspeito. Ela também relatou que homem se negou a entregar a receita médica e insistiu para que ela passasse o número do seu celular.

Para conseguir sair do local, a mulher acabou dando um ‘toque’ no celular no suspeito para que ele agendasse seu número.

Assim que ele entregou o receituário e destrancou a porta, a vítima deixou o local e ligou para sua irmã para contar o que havia acontecido. Ao verificar o celular, percebeu que o suspeito já havia enviado mensagens a ela.

A técnica afirma que após ter registrado um boletim de ocorrência contra o psiquiatra, a direção do Hospital Estadual Santa Casa foi informada sobre a denúncia, mas não teria tomando nenhuma medida contra o acusado e o médico continua atendendo na unidade de saúde.

Além disso, ela alega que teria sido bloqueada pela instituição nas redes sociais. Prints de conversas também mostram que a técnica encaminhou mensagens ao secretário de Estado de Saúde informando sobre a situação. A vítima foi afastada de suas atividades pelo período inicial de 10 dias por outro profissional da saúde. Posteriormente, ela foi afastada por mais 30 dias.

“Eu fico pensando em outras vítimas que possam estar passando pela mesma situação em qualquer outro lugar em que ele esteja atendendo”, disse a técnica de enfermagem.

MEDICAMENTOS EM EXCESSO

Conforme a denunciante, o psiquiatra ainda teria receitado vários medicamentos com fortes efeitos colaterais e que causaram confusão mental em um curto intervalo de tempo. Ela também alega que algumas das receitas nem chegaram a ser lançadas no sistema da unidade.

OUTRO LADO 

Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT), informou que o Hospital Estadual Santa Casa instaurou uma comissão para apurar a denúncia e tomar as devidas providências.

Folha Max