Seis indígenas são feitos reféns durante assalto a cooperativa em aldeia
Seis indígenas foram feitos reféns, entre eles dois adolescentes e uma criança, durante um assalto a cooperativa Agropecuária Manoki, localizada na Terra Indígena Irantxe, em Brasnorte (1093 Km de Barra do Garças), na noite da última quarta-feira (30).
Os criminosos fugiram levando uma grande quantidade de defensivos agrícolas, notebook, celulares, cadeiras, panelas e alimentos. Conforme o boletim de ocorrência, estima-se que o prejuízo é de mais de R$ 150 mil somente em agrotóxicos.
As vítimas contaram que quatro homens armados invadiram o local e as renderam. Elas foram trancadas em um quarto e amarradas com lençóis.
Durante a ação, que durou horas, os assaltantes levavam água, café e bolacha para as vítimas que estavam presas no quarto.
De acordo com o relato dos indígenas à polícia, a quadrilha usou um caminhão para fazer o transporte dos produtos roubados e, em seguida, fugiram em um carro.
Os indígenas continuaram presos no quarto até amanhecer o dia. Ao perceberem que os criminosos já haviam saído do local, uma das vítimas conseguiu se soltar e pedir ajuda em uma aldeia vizinha.
Os suspeitos do crime não foram identificados. A Polícia Civil investiga o caso.
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A Agropecuária Manoki foi criada pelos próprios indígenas para gerir as lavouras da região. Além de produzirem para o consumo das famílias locais, eles conseguem comercializar os produtos e gerir o próprio dinheiro para melhorias nas 10 aldeias que compõem a TI.
A ideia de expandir a produção surgiu em 2004, quando foi criada a primeira lavoura mecanizada na região, em uma área de 1.000 hectares. Desde então, eles passaram a produzir soja, milho, girassol e, recentemente, feijão mungo, feijão azul, feijão caupi e pipoca.
Na região, vivem cerca de 400 indígenas, que trabalham juntos para expandir a produção loca
Folha MAX.