“Eu vou ganhar a eleição, não vão me derrubar no tapetão”‘, diz Geller após ter candidatura cassada
Gabriel Soares
Editor-Chefe | Estadão Mato Grosso
Rafael Machado
Repórter | Estadão Mato Grosso
O deputado federal cassado Neri Geller (PP) afirmou que forças ocultas atuaram nos bastidores para que seu registro de candidatura fosse negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na manhã desta quinta-feira, 29 de setembro. Segundo ele, as mesmas forças tentam atingir o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva.
Em entrevista coletiva, Geller afirmou que tem a consciência tranquila e voltou a afirmar que foi cassado por causa de sua atividade como produtor rural, pois teria recebido o pagamento de contratos de venda de soja e milho em suas contas, o que foi considerado pela Justiça Eleitoral como captação irregular de recursos.
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“Eu vou ganhar essa eleição, não vão me derrubar no tapetão. Pode até, depois da eleição, me tirar do jogo, mas a sociedade vai saber o que está acontecendo. A Justiça vai reconhecer, sabe porquê? Porque não devo, simplesmente assim”, afirmou.
“Não tenha dúvida que o meu adversário está trabalhando no bastidor. […] A sociedade mato-grossense sabe o que está acontecendo. Logicamente que eu não vou confrontar o Poder Judiciário. Até eu ter o direito de recorrer, eu vou recorrer. Não tenho dúvida de que foi induzido ao erro”, complementou.
Já em nota, Geller adiantou que pretende recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão e pediu a seus apoiadores que votem “sem medo”. Ele ressaltou que a decisão judicial não retira seu nome das urnas e conclamou sua militância a se manter aguerrida até a votação.
“Forças ocultas, as forças do atraso, mais uma vez tentam me tirar do jogo. Atingem a honra de um homem inocente e tentam atingir o presidente Lula. Neste domingo você que não compactua com isso, você que não aceita que pessoas vivam da política, pode votar sem medo”, afirmou.
O TSE decidiu indeferir o registro de candidatura de Neri Geller ao Senado em cumprimento a uma determinação do mesmo tribunal, que cassou o mandato de deputado federal do progressista em agosto deste ano. Geller foi cassado por abuso de poder econômico durante a campanha eleitoral de 2018 e se tornou inelegível por 8 anos.
A defesa de Geller tentou recorrer da decisão e manter sua candidatura, alegando que a inelegibilidade teria acontecido após o prazo limite para impugnação do registro de candidatura. Porém, o argumento não foi aceito pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) e nem pelo relator do processo no TSE, ministro Raul Araújo.