“Estamos em choque; ele era como um pai”, diz filha de corretora

O relacionamento de oito anos entre a corretora de imóveis Marlene Aparecida dos Reis, de 42, e o marido dela, Sergio Ricardo da Silva, nunca preocupou a família ou demonstrou sinais de violência. Até a última quinta-feira (6), quando ela foi assassinada.

A notícia de que Sérgio matou e deixou o corpo de Marlene às margens de uma estrada de terra surpreendeu e deixou em choque a família. Após o crime, ele enviou uma mensagem a uma amiga dizendo que “perdeu a cabeça”.

“Não era uma relação conturbada e nunca vimos nada de errado. Estamos todos em choque com a atitude dele. Sempre foi muito amoroso, carinhoso e atencioso. Nunca imaginamos uma crueldade desta do meu padrasto”, afirmou Renata Mattes, de 23 anos, filha de Marlene.

Ela ainda tenta processar a trágica morte da mãe, enquanto busca palavras para contar à filha e à irmã, filha do casal, o que aconteceu. “Acabaram com nossas vidas. Só tinha ela. Dói como nunca imaginei”.

“É triste a forma que o cara que eu considerei meu pai tirou a vida dela”.

Foragido desde que o corpo de Marlene foi encontrado, na última quinta-feira (6) em Sinop, a única coisa que Renata deseja é que ele seja localizado e preso pelo que fez. “Só peço justiça”.

Exemplo

Para Renata, a mãe era um exemplo de força e superação, uma inspiração. “Quero ser pelo menos metade do que ela era. Poderia ser o pior dia, ela estava com o sorriso lindo dela no rosto”.

Com uma vida difícil na infância, depois de ter perdido os pais ainda muito jovem, Marlene criou a filha mais velha sozinha.

“Passou apuros, mas sempre lutou para nunca me faltar nada, tirava da boca dela para dar na minha”.

“Ela foi sempre guerreira, batalhadora. Amada por todos em sua volta, tive sorte de ter uma mãe como ela”.

Renata lembra que o único sonho da mãe era um futuro melhor para as filhas, vê-las na faculdade, progredindo. “Pensava mais em nós do que nela”. A irmã agora vai morar com Renata.

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