Clécio é eleito a governador do Amapá
g1
Clécio, do Solidariedade, foi eleito governador do Amapá neste domingo (2), no 1º turno das eleições de 2022. Ex-prefeito de Macapá, é a primeira vez que ele assume a chefia do Executivo no estado. O vice da chapa é o economista Antônio Teles Júnior (PDT).
A campanha de Clécio ficou marcada pela grande coligação e apoios informais de, ao todo, 15 partidos, entre eles o PT de Lula, o PL de Bolsonaro e o PDT de Ciro, o único do país que conseguiu unir as legendas num único bloco. Adversários políticos há mais de 20 anos no Amapá, o ex-governador Capi (PSB) e o atual gestor Waldez (PDT) também estavam anunciaram estar no palanque de Clécio.
O candidato do Solidariedade teve ainda a campanha potencializada por Davi Alcolumbre (União Brasil), que é senador pelo Amapá, foi presidente do Congresso Nacional entre 2019 e 2021, e concorreu à reeleição no Senado neste pleito.
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Clécio já liderava as pesquisas eleitorais do Ipec, divulgadas em agosto e setembro. O levantamento mais recente já indicava vitória dele no 1º turno.
Quem é Clécio?
Aos 50 anos, este é o 5º pleito eleitoral que Clécio Luís Vilhena Vieira concorria. Desde 2004, ele só não ocupou cargo eletivo nos últimos 2 anos. Ele já foi vereador e prefeito de Macapá, deixando o Executivo Municipal após 8 anos, em 2020. Desde então ele preparava a candidatura ao governo.
Natural de Belém, no Pará, o político é formado em geografia pela Universidade Federal do Amapá (Unifap). Ele também trabalhou como policial civil e foi secretário de Educação do estado aos 26 anos.
Clécio já foi do PT, do Psol, e da Rede, se filiando ao Solidariedade em março deste ano. Ele estava sem partido desde as eleições de 2020, quando não entrou em acordo com a Rede sobre candidatura para a sucessão municipal.
Ele foi vereador de Macapá por dois mandatos consecutivos, em 2004 e 2008. Tentou ser governador em 2006, mas ficou em 4º lugar, perdendo para Waldez (eleito) e Capi (2º lugar), e voltou à Câmara Municipal da capital. Clécio venceu a disputa da prefeitura de Macapá pela primeira vez em 2012 e depois em 2016. Na história de Macapá, ele foi o segundo prefeito reeleito – além de João Henrique Pimentel.
Capi x Waldez
Presidente do PSB no Amapá, Capi era candidato ao Senado, mas não conseguiu se eleger para a vaga. Ao anunciar apoio a Clécio, ele descreveu que seguia orientação de Lula, candidato à presidência pelo PT, em prol de um palanque amplo.
A mais recente disputa política entre Capi e Waldez aconteceu no pleito ao governo de 2018. O candidato do PSB perdeu no 2º turno a eleição para Góes, que termina em dezembro o 4º mandato à frente do Executivo amapaense.
Desde que deixou de ser território federal em 1988, o Amapá teve 4 governadores eleitos: Capi foi o 2º e teve duas gestões (em 1994 e 1998); e Waldez foi o 3º, sendo gestor por 4 mandatos (eleito em 2002, 2006, 2014 e 2018).
O PSB, partido fundado no Amapá por Capi, rompeu alianças com o PDT, de Waldez, em 1996. Desde então, os dois são considerados antagonistas. Eles se encontraram nas corridas eleitorais ao governo em 1998 e 2006, e ao Senado em 2010. Em 2014, Waldez venceu o filho de Capi, Camilo Capiberibe (PSB), que era o governador do Amapá na época e tentava a reeleição.
PT + PL + PDT
Impensável na disputa para a Presidência da República, o PL de Jair Bolsonaro, o PT de Lula e o PDT de Ciro estiveram em um mesmo lado no Amapá, quando as executivas estaduais anunciaram coligação e apoio informal (no caso do PT) com Clécio.
Ao longo da campanha, no entanto, Clécio optou por não anunciar quem apoiaria como candidato presidenciável.
Em entrevista ao g1 em setembro, Clécio declarou que essa aliança no estado, que destoava do cenário nacional, foi uma união em prol de um programa de governo.
“Como já havia sido vereador, prefeito, secretário, como tenho boa relação com movimentos sociais, a gente conseguiu juntar muita gente. Uns são de partidos políticos, mas a maioria não é, são de lideranças comunitárias, empresários, profissionais liberais, agentes políticos com e sem mandato que acreditam que é possível um candidato que mudou Macapá transformar o Amapá. Então o que baliza essa união de esforços, extremamente diversa, é o programa de governo que foi construído nos municípios, com os segmentos e a muitas mãos”, falou.
A coligação “Amapá Para Todos” foi composta por Solidariedade, União Brasil, PDT, Republicanos, PL, PP, e a Federação PSDB/Cidadania. Além disso, recebeu apoio informal de Avante, Federação Psol/Rede, Federação PT/PCdoB/PV, e PSB.
Entre as legendas coligadas ao SD estava o Cidadania, presidido no estado por Dr. Furlan, prefeito de Macapá, que apoiou outro candidato: Jaime Nunes (PSD).