Júri condena viúva a 18 anos por encomendar morte do marido

A Justiça condenou a empresária Ana Claudia de Souza Flor a 18 anos de prisão por encomendar a morte do marido, o empresário Toni da Silva Flor.

 

A viúva se apresentou ao Tribunal do Júri nesta segunda-feira (17) e o julgamento foi conduzido pela juíza Mônica Perri, da 1ª Vara Criminal de Cuiabá.

 

A condenação ocorre dois anos após o crime. Toni foi assassinado no dia 11 de agosto de 2020, quando chegava para malhar em uma academia do Bairro Jardim Santa Marta, na Capital.

 

Novamente Ana Claudia admitiu à Justiça que encomendou a morte do marido, porém alegou que desistiu da ideia um dia após fazer contato com o atirador, Igor Espinosa, que também está preso. 

 

A viúva chegou a chorar durante o julgamento e afirmou que agiu sob forte emoção após uma briga com o marido, mas o júri não reconheceu sua inocência.

 

“Conclui-se, pois, que a ré agiu de forma totalmente dissimulada, ardilosa, asquerosa, com extrema frieza e perversidade, notadamente pelo fato da vítima ser o pai das suas três filhas, configurando situação de grande reprovabilidade social”, diz em trecho da decisão.

 

A primeira confissão ocorreu em fevereiro, durante a audiência na ação penal contra os acusados pela morte do empresário, conduzida pelo juiz Flávio Miraglia, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá. 

 

A empresária está detida desde agosto de 2021 na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto e deverá cumprir a pena inicialmente em regime fechado.

 

“Anoto, por oportuno, que os bons predicados pessoais da acusada, isoladamente, não lhe garantem a liberdade diante das peculiaridades do caso concreto, acima reportadas. Logo, a prisão cautelar ainda é necessária para a garantia da ordem pública, ante a gravidade concreta do crime”, decidiu a juíza.

 

Relembre o caso

 

O envolvimento de Ana Claudia no homicídio do marido foi revelado à Polícia Civil por Igor Espinosa, contratado para atirar e matar Toni.

 

O executor também relatou que a viúva teria prometido pagar o montante de R$ 60 mil a ele. No entanto, do valor acordado, apenas um terço – R$ 20 mil – teria sido quitado.

 

Antes de virar alvo das investigações, a viúva encenou por um ano fez campanha nas redes sociais em busca de respostas ao assassinato do marido, subindo, inclusive, a hashtag #Justiçaparatoniflor. 

 

O comportamento de Ana Cláudia, segundo o delegado Marcel Oliveira, que coordenou as investigações, desde o começo levantou suspeitas. “Não era condizente com o de alguém que havia perdido um ente querido”. Ela se mostrava muito interessada, beirando o “desespero”, em descobrir detalhes da investigação.

 

O delegado chegou a dizer que a viúva era “dissimulada, ardilosa, enganosa”.

 

A ex-sogra de Ana Claudia também afirmou que sempre desconfiou da empresária. Leonice da Silva Flor lembrou que recebeu a notícia de sua filha e logo após ouvir a notícia confidenciou que Ana Claudia era mandante da execução.

 

As investigações também apontaram o envolvimento de outras três pessoas, Wellington Honorio Albino, Dieliton Mota da Silva e Ediane Aparecida da Cruz Silva. Eles foram  apontados como auxiliares no crime.

 

Sandro Lucio dos Anjos da Cruz Silva, que é irmão de Ediane, foi denunciado por falso testemunho e era apontado como suposto ex-amante de Ana Claudia.

 

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