Polícia inocenta advogado acusado pela ex de abusar da filha
A Polícia Civil arquivou o inquérito contra o advogado Alex Sandro Rodrigues Cardoso, que havia sido acusado pela ex-mulher de abusar sexualmente da filha do casal, de apenas três anos.
O documento foi assinado pelo delegado Clayton Queiroz Moura, da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente de Cuiabá (Deddica), no dia 4 de outubro.
Conforme o documento, a mãe da menor teve acesso à informação do possível estupro após um laudo de avaliação psicológica em que haveria indícios do crime: “Através do comportamento físico e verbal apresentado pela criança durante o atendimento”, diz trecho do documento.
Diversas testemunhas foram ouvidas, entre elas a profissional que atendeu a menor, vizinhos e babás que trabalharam com o ex-casal. Em nenhum deles houve confirmação de que o advogado tivesse agredido ou abusado da filha.
Exames clínicos (de corpo de delito) também descartaram o abuso, após terem concluído que não houve “conjugação carnal”.
Diante disso, o delegado afirmou que o inquérito se atentou apenas à denúncia em questão, não levando em conta as relações pessoais entre os pais da menina que “parecem conflituosos”.
“Não foram encontrados elementos verossímeis mínimos para concluir de modo plausível que o Sr. Alex Cardoso tenha praticado quaisquer atos glosados sob o ângulo penal em desfavor de sua filha, […] pelo que não o indicio”.
Depoimentos
As investigações contaram com exame de corpo de delito, escuta especializada e depoimentos juntados.
Neles, uma das babás que trabalhou cuidando da criança por quase um ano e meio afirmou nunca ter presenciado “nenhum tido de violência física, verbal, moral possessiva e ciumenta em relação a vítima”.
Ela afirmou, ainda, nunca ter presenciado nenhum comportamento estranho por parte de Alex, que indicasse algum tipo de abuso, e quem trocava e dava banho na criança era ela.
Outra ex-babá afirmou também fazer toda a higiene da criança, que nunca apresentou alterações em seu corpo, incluindo as partes íntimas. Segundo ela, enquanto trabalhou para o ex-casal, a menina nunca ficou sozinha com o pai, e quando chorava não querendo ir com ele, nada de estranho teria antecedido isso.
“Pontua que, talvez, pelo fato dos pais serem separados, a criança se apega mais com a mãe por não ter convívio diário com o genitor”, diz trecho do documento.
Já a terapeuta que apontou os indícios de um possível estupro “constatou um comportamento relacionado a medo devido a comunicação verbal agressiva por parte do pai”. Segundo ela, a menina isola a figura masculina, o que levantou a hipótese.
“A mesma, voluntariamente, deitou-se no tapete, abriu as pernas, colocou uma das mãos sobre a genitália, chorou e ficou a repetir seguinte frase: ‘Papai mexe não, papai dá abraço’”, diz outro trecho.
À Polícia, no entanto, a terapeuta afirmou que a fala da criança ainda está em desenvolvimento e que ela “não trouxe nenhum relato sobre violações de direito”.