Bolsonaristas radicais fazem atos golpistas em capitais brasileiras
Gilberto Leite | Estadão Mato Grosso
Bolsonaristas radicais realizaram atos antidemocráticos pelo país nesta terça-feira (15), feriado nacional pelo dia da Proclamação da República. O maior ato aconteceu em Brasília.
Os manifestantes declaravam não aceitar o resultado das urnas — que registraram o desejo da maioria dos brasileiros. E defenderam um golpe por meio de intervenção militar no governo — uma afronta à constituição do Brasil e à democracia.
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O petista Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente pela terceira vez em 30 de outubro. Ele venceu Jair Bolsonaro (PL), atual presidente e que disputava a reeleição. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, afirmou que o resultado das urnas é incontestável. O Ministério da Defesa entregou ao TSE o relatório que a pasta fez sobre o sistema eleitoral sem apontar fraude.
Brasília
Um protesto em Brasília reuniu grupos radicais de bolsonaristas que declaram não aceitar o resultado do segundo turno das eleições. A manifestação golpista defendia intervenção militar, anulação do pleito e a dissolução da atual composição do Supremo Tribunal Federal (STF).
Vestidos de verde e amarelo e com faixas e cartazes – muitos escritos em inglês – o grupo montou um acampamento no Setor Militar Urbano (SMU). O local concentra a maior parte dos quartéis do Exército na capital federal, além do Comando Geral.
São Paulo
Na capital paulista, o ato antidemocrático de bolsonaristas foi realizado na região do Parque Ibirapuera, Zona Sul. Os bolsonaristas exibiam bandeiras e camisetas amarelas e gritavam palavras de ordem. Por volta das 14h, o grupo se concentrava em frente ao Comando Militar do Sudeste, onde parte deles já se reúne desde 2 de novembro.
Por causa do ato, algumas ruas do entorno sofreram interdições, segundo a CET, como na altura das Rua Abílio Soares com a Rua Sargento Mário Kozel Filho.
Rio de Janeiro
Na capital fluminense, bolsonaristas interditaram totalmente a Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio de Janeiro. Com um carro de som, faixas e placas, manifestantes pediam intervenção federal contra o resultado democrático das eleições para presidente.
O Centro de Operações da Prefeitura precisou fazer desvios para motoristas que passavam pela região.
Recife
No Recife, o ato aconteceu em frente ao Comando Militar do Nordeste (CMNE), no bairro do Curado, na Zona Oeste, e deixou o trânsito parcialmente lento. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os manifestantes se concentraram no quilômetro 7 da rodovia BR-232.
Embora sem interdições, o trânsito ficou mais lento na BR-232 por causa do protesto. Os manifestantes ficaram no acostamento da rodovia e no canteiro central.
Belém
Uma equipe de reportagem do Jornal OLiberal foi hostilizada, ameaçada e agredida enquanto cobria um ato antidemocrático na avenida Almirante Barroso, em Belém. Segundo o boletim de ocorrência registrado na Delegacia do Marco, duas mulheres tentaram impedir as filmages da equipe e, em seguida, um grupo cercou dois profissionais.