Dupla que matou PM em banheiro de conveniência é condenada a 12 e 13 anos de prisão

Após quase 9 horas de sessão do Tribunal do Juri, os réus Wesdra Victor Galvão de Souza e Alan Patrik Schuller foram condenados a 12 e 13 anos de reclusão, respectivamente, pela morte do policial militar Roberto Rodrigues de Souza, espancado em uma conveniência em julho de 2021, em Várzea Grande. A sentença foi proferida pelo juiz Murilo Moura Mesquita, da Primeira Vara Criminal de VG na noite desta segunda-feira (21).

Ricardo de Souza, pai da vítima, acompanhou todo o julgamento e contou com a assistência jurídica da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar, da qual o filho era associado.

“Nada vai trazer meu filho de volta, eu não carregava esse sentimento de ódio, de vingança, não carregava esse sentimento ruim dentro de mim. Se esses réus fossem absolvidos, ou pegassem menos tempo, meu sentimento seria o mesmo. Essa mágoa eu não quero carregar e não carrego. Eu sei nada vai trazer meu filho de volta. Agradeço à Justiça pelo empenho no caso, fico satisfeito por isso, mas é só. A dor de pai não vai acabar nunca porque perdi um filho, ter sentimento ruim por eles, não vai me ajudar em nada. Não tenho ódio”, afirmou o pai do policial.

Roberto Rodrigues de Souza tinha 31 anos quando foi espancado até a morte depois de um desentendimento com os dois réus no banheiro de uma conveniência. A dupla fugiu do local e acabou se entregando à polícia após a repercussão do caso.

A vítima estava com namorada e parou na conveniência para ir ao banheiro. As agressões foram registradas por câmeras de segurança no local.

“Nada justifica tirar a vida de alguém, se eles plantaram, precisam colher. Mas eles estão aí, o pai e mãe podem abraçar eles, coisa que nunca amis poderei fazer. A condenação é a Justiça possível sendo feito. O tempo vai curando as feridas, temos que confiar em Deus, ele que dá alento nessas horas”, lamenta o pai.

Vítima deixou 3 crianças órfãs – A mãe de Roberto havia falecido menos de dois meses antes dele. Roberto era um jovem policial militar, pai de três crianças, uma delas de apenas 11 meses quando perdeu o pai.

Presidente da ACS, sargento Laudicério Machado acompanhou o pai da vítima durante o julgamento e afirmou que “o resultado traz alívio para quem esperava por justiça, ainda que não apague o mal que foi feito à família do Roberto e nem à sociedade que perdeu um brilhante guerreiro”.

Julgamento – O Tribunal do Juri teve início às 13h30 e a sentença pela condenação saiu após as 21h30. A defesa tentou homicídio culposo por imprudência. No caso do réu Alan, a defesa tentou enquadrar em legítima defesa e Wesdras em legítima defesa de terceiros, pois ele teria apenas ajudado o amigo Alan durante a briga.

No entanto, as teses da defesa não foram acolhidas pelos jurados. No plenário, foram ouvidos os acusados e iniciaram os debates.

O advogado da ACS, Augusto Bouret Orro, atuou como assistente de acusação e esteve ao lado do promotor Cesar Danilo.

“A justiça foi feita, conseguimos as condenações dos réus nos termos da decisão de pronúncia. Logo após o final do julgamento recebi um abraço longo e apertado do Sr Ricardo, pai do Roberto. Ele nos agradeceu e disse que se sente aliviado por ter terminado essa etapa. Nós agradecemos a família pela confiança em nosso trabalho”, afirmou o advogado.

Estadão Mato Grosso