Ex-pistoleiro de Arcanjo é condenado a 55 anos por morte de três
O ex-pistoleiro Édio Gomes Junior, de 48 anos, foi condenado a 55 anos de prisão pela morte de três pessoas em 2004, no caso conhecido como “Chacina da Fazenda São João”. A decisão, proferida na noite de quarta-feira (24), é do Júri Popular da 1ª Vara de Várzea Grande.
Édio era segurança do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro e estava preso desde o ano passado. Ele foi detido em abril, após ficar foragido por 17 anos por envolvimento na chacina.
À época do crime, Édio trabalhava como segurança na propriedade. Ele e outros dois funcionários encontraram quatro rapazes, no final da tarde de um sábado, pescando no tanque de piscicultura da fazenda.
As vítimas, identificadas como Pedro Francisco da Silva, José Pereira de Almeida, Itamar Batista Barcelos e Areli Manoel de Oliveira foram mortas afogadas dentro de um tanque de peixes pelos funcionários da fazenda.
Édio, no entanto, foi responsabilizado pela morte de três deles e pela ocultação dos quatro cadáveres.
A reportagem entrou em contato com a defesa do ex-segurança, composta pelos advogados Neyman Monteiro, Hélio Caldeira, Regina Dessunte e Jorge Godoy, que afirmaram que vão recorrer da sentença.
Segundo a defesa, “a pena foi desproporcional e irão tentar reduzir a condenação”.
A chacina
O crime ocorreu em março de 2004 na fazenda localizada na BR-163, na saída de Várzea Grande para o Norte de Mato Grosso.
Uma vítima foi morta por disparo de arma de foto e três delas foram amarradas e torturadas, antes de serem mortas por afogamento.
Depois de mortos, eles tiveram os corpos jogados em uma área à margem da estrada da localidade de Capão das Antas, em diferentes pontos, a fim de dificultar o trabalho da Polícia.
A Polícia Civil identificou oito envolvidos no crime, todos funcionários da propriedade, que foram indiciados por homicídio qualificado (cometido por motivo fútil, uso de meio cruel e sem chance de defesa), ocultação de cadáver e formação de quadrilha.
Durante as investigações, a Polícia apurou que Édio teria ligado para o gerente da fazenda dizendo que “três capivaras estavam presas e uma estava morta e que aguardavam a faca para arrancar o coro das que estavam vivas”. Se referindo às quatro vítimas.
Além de Édio, outros dois seguranças envolvidos no assassinato foram presos pela Polícia Civil.