Governo será difícil e precisará de muito tricô, diz auxiliar de Lula

Uma da auxiliares mais próximas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a arquiteta Clara Ant afirma que a união de forças divergentes na frente ampla que o elegeu pode contribuir para o Brasil ter o melhor governo de sua história.

“Esse governo vai ser muito difícil. Vai precisar ter um tricô todos os dias, em todas as áreas. E ele pode, não estou dizendo que vai, pode ser o melhor governo que o Brasil já teve. É a primeira vez que se unem todas essas forças dispostas a fazer dar certo, porque não podem entregar o país para o fascismo de novo”, analisa.

“Divergências, visões diferentes não são problema. O problema é ter uma força que quer tratorar as outras. Vai ter briga, mas vão brigar como gente grande”, projeta, fazendo referência ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Clara vai a Brasília nesta sexta-feira (25) fazer o lançamento de seu primeiro livro: “Quatro décadas com Lula: o poder de andar junto”, da Autêntica Editora, que já vai para a sua primeira reimpressão. O evento acontece às 17h30 no Brasília Palace Hotel.

A arquiteta destaca alguns aspectos que diferenciam esta eleição de Lula e a primeira, em 2002. Segundo ela, da primeira vez, os demais candidatos respeitavam a Constituição e as regras do jogo. Deste vez, analisa, há um processo que vem ao longo de quatro anos de valorizar a violência e desrespeitar as instituições que não cessou, com os contínuos questionamentos à urna eletrônica, por exemplo.

O outro é a divisão do país que, de acordo com a sua percepção, é intencional e provocada. “Eu acho que o país foi dividido. É diferente de dizer que está dividido. Foi divido propositalmente por pessoas que defendem a ignorância, que defendem a morte, que defendem armas, que são contra livros”, sustenta.

Ao longo das 400 páginas de seu livro, Clara narra sob a sua ótica os primeiros anos da luta sindical no Brasil, o nascimento da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e do PT, e os primeiros governos de Lula. Ela conta que decidiu escrevê-lo em 2017, antes portanto de sua prisão, quando, segundo ela, houve um processo de desmerecimento da trajetória do petista.

Para quem não a conhece, Clara afirma que tenta transmitir com o livro que há um fio condutor desde o início da vida política de Lula que é a capacidade de ouvir e a atenção ao sofrimento humano. Isso se expressa na luta contra a fome, e na preocupação, por exemplo, com moradia.

 



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