Juíza decreta prisão preventiva de enteado de prefeito flagrado vendendo gado roubado
A juíza Kátia Rodrigues Oliveira, da Vara única de Poconé, converteu em preventiva a prisão em flagrante de Luiz Felipe Gomes de Arruda, de 28 anos, acusado em envolvimento no furto de 130 cabeças de gado em Rosário Oeste (distante a 107 km de Cuiabá). Ele é enteado do prefeito de Poconé, Tata Amaral (União). A decisão é desta quarta-feira (23) e foi assinada durante audiência de custódia.
Na mesma sessão, a juíza concedeu liberdade provisória com uso de tornozeleira eletrônica a Esthefane Campos dos Santos, 22, também presa por envolvimento no esquema.
Ambos foram presos em flagrante na noite de terça-feira (22) por envolvimento no furto de gado.
A Polícia Militar recebeu uma denúncia anônima informando que Luiz estaria negociando a venda dos animais.
Após ser detido, ele confessou o crime e afirmou que sua função dentro do esquema era providenciar a venda e o transporte do gado e, posteriormente, repassar a parte do lucro para um outra pessoa, que realizava as transições dentro de um presídio.
Já Esthefane foi detida por dar suporte às negociações.
Em sua decisão, a magistrada afirmou que existem nos autos elementos suficientes de autoria e materialidade do crime.
“As informações e indícios de autoria e materialidade constante nos autos verificaram a necessidade da conversão da prisão em prisão preventiva a Luiz Felipe pela garantia da ordem pública, pela conveniência da instrução criminal e para garantia da aplicação da lei penal”, consta em trecho da decisão.
Conforme a decisão, Luiz adquiriu as cabeças de gado por R$ 57 mil, valor muito abaixo do mercado. Segundo o proprietário da fazenda, cada vaca estava avaliada em R$ 4,5 mil, enquanto os bezerros, R$ 2,5 mil. Além disso, o suspeito ainda adquiriu uma pistola calibre .40, registrado em nome da Polícia Militar, por R$ 12 mil.
Para a magistrada, causa estranheza o fato do valor tão abaixo do mercado e resta claro a compra de bem ilícito.
“Nestes termos considerando todo o contexto, no qual o acusado alega depositar o valor de R$ 57.000,00 para pessoas desconhecidas a fim de adquirir arma e gado está demonstrada a necessidade da segregação para garantir a ordem pública, já que não apenas um desconhecimento sobre a origem do gado, mas de negociação de bens ilícitos, demonstrando a real necessidade de segregação para garantia de ordem pública e da instrução processual, em especial a investigação”, apontou a magistrada.
A juiza determinou a transferência do rapaz para uma unidade prisional, onde vai aguardar o processo. Felipe vai responder pelos crimes de receptação e porte ilegal de arma de fogo.
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