MidiaNews | Duas perguntas

O que ganhamos até aqui?

 

O que poderemos perder daqui para a frente?

 

Já vi alegarem que o amor venceu o ódio nessas eleições. Sendo assim, vamos buscar no dicionário, o pai dos burros, seus significados.

 

Amor – forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais.

 

Ódio – aversão intensa geralmente motivada por medo, raiva ou injúria sofrida; odiosidade.

 

Daí, a tentadora oportunidade para apresentar as duas perguntas acima elencadas. 

 

Ora, se esse amor existe nos projetos dos que aparentemente venceram as eleições em que parte de seu, até agora, desconhecido plano de governo está esse sentimento? Em suas ações depredadoras dos bons costumes e modos; nas declaradas aversões ao direito de ir, vir, se expressar e crer; na inexistência da propriedade privada; na insinuação de que o patriotismo é um ultrapassado sentimento de autodeterminação; na proposta de internacionalização da Amazônia Brasileira; no apoio recebido do crime organizado; na descriminalização do uso de drogas até agora ilícitas; na liberação do aborto; na exacerbação das diferenças e outras considerações tidas como ilícitas, mas que a qualquer momento os supremos senhores das leis podem interpretar de forma diferente ou na certeza da impunidade para com seus atos?

Bem, devido ao excessivo número de indagações que o amor, sob o ponto de vista ideológico enseja, acho prudente parar por aqui

Bem, devido ao excessivo número de indagações que o amor, sob o ponto de vista ideológico enseja, acho prudente parar por aqui.

 

E quanto ao ódio? Se o ódio é próprio do governo atual como devemos considerar os esforços despendidos nas soluções adotadas para saciar a sede na região nordeste do país; como explicar os recursos destinados a socorrer estados e municípios durante a pandemia; como entender o programa de auxílio às empresas para que não demitissem seus funcionários; como não perceber o sucesso na destinação de recursos extraordinários às famílias carentes em momento tão singularmente negativo de nossa economia; como não enxergar os investimentos nas abandonadas infraestruturas rodoviária, ferroviária, aquaviária e aeroviária superando todas as expectativas desses setores, inclusive com o termino de obras nunca concluídas mesmo em momentos em que não havia os atrapalhos à saúde econômica no país e no mundo por causa da virose e da guerra em andamento; como acusá-lo de causar desemprego quando alcança índices irrefutáveis de melhoria nos números de recuperação de carteiras assinadas que remetem a situações anteriores a 2015; como não considerar a vigorosa retomada da atividade econômica e do PIB que nos fazem estar em melhor situação que muitos países desenvolvidos; como acusa-lo de não ter tomado as providencias cabíveis contra a covid-19 quando ainda em 03 de fevereiro de 2020 declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, momento em que estados e municípios agraciados pelo autonomia decretada pelo STF não atenderam àquele chamamento ao bom senso e, finalmente, como acusá-lo de não ter adquirido as vacinas necessárias quando nem mesmo os países produtores as disponibilizava para fora de suas fronteiras e o arcabouço legal nacional sobre o assunto o impedia?

 

Como a nação brasileira aparenta estar em um processo de autocomiseração podemos considerar amor como sentimento do ganhador e ódio como sendo o do perdedor?

 

São estas as condicionantes às respostas sobre o que ganhamos nesses últimos quatro anos do governo que se encerrará no dia 31 de dezembro de 2022 e o que poderemos perder de lá em diante.

 

Pois é, minhas dúvidas em relação àquelas duas perguntas iniciais acabaram por aumentar ainda mais. As tuas não?

 

Marcelo Augusto Portocarrero é engenheiro civil

 

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