MidiaNews | Fraude nas urnas
Nestas três urnas, no segundo turno, 100% dos votos foram para Lula, porém ao analisar o histórico de voto nestas seções no primeiro turno, já se poderia prever essa tendência de resultado no segundo turno.
Os números destas três urnas indicam um perfil do eleitor inclinado para esquerda. Ainda no primeiro turno, Lula conseguiu a totalidade ou uma maioria significativa de votos em cada uma destas seções.
Nas escolhas majoritárias o voto tende a seguir uma lógica mais ideológica, diferente das votações para deputado em que ocorre o efeito “bairrista”, ou seja, aquele em que candidatos de uma região conseguem expressivas votações por representar aquela cidade ou comunidade independente do partido em que a pessoa está filiada.
Nestas mesmas urnas que deram expressivas votações a Lula, existiram no primeiro turno, votos para muitos candidatos de diversos partidos, de esquerda, centro e direita, que disputavam outros cargos no pleito, e não ocorreram denúncias ou questionamento sobre os resultados alcançados nestas seções.
Na votação para presidente, o perfil do eleitor seguiu o mesmo entre primeiro e segundo turno, e os cidadãos que votam nestas seções, não questionaram os votos existentes nestas urnas.
Demonstrando assim que o resultado expresso na urna representa a vontade daquela comunidade. E qual a principal justificativa para que existam em algumas urnas 100% de votos para um candidato?
Questões locais relacionadas a história, cultura e construção social de cada região, pode favorecer a concentração de votos. Em casos como o de Campinápolis, a urna estava em uma comunidade indígena, em outros casos estavam em redutos eleitorais de esquerda.
No caso das urnas que destinaram 100% dos votos para Bolsonaro, estavam em seções que são redutos da direita. Desta forma podemos afirmar que não se trata de fraude, mas sim de características locais.
Se você discorda da posição destas pessoas, tem 4 anos para tentar mudar a forma como elas enxergam o mundo e escolhem seus representantes.
Porém neste tempo o voto e a vontade popular expressadas pela maioria do povo brasileiro precisam ser respeitados.
Caiubi Kuhn é professor na Faculdade de Engenharia (UFMT), geólogo, especialista em Gestão Pública (UFMT).