Rejeição a mato-grossenses na equipe de Lula é falta de bom senso, diz prefeito
Gilberto Leite | Estadão Mato Grosso
Emanuel Pinheiro optou pela neutralidade no segundo turno, mas teve o filho e a esposa endossando a campanha do petista em MT
O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), acredita que falta “bom senso” aos que têm se posicionado de forma contrária à presença de representantes mato-grossenses na equipe de transição, ou até mesmo no primeiro escalão, do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Emanuel destacou que a eleição já passou e a população quem que respeitar os resultados das urnas e pensar nos benefícios que o estado teria caso houvesse representantes dos ministérios, em Brasília.
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Ao reforçar essa ideia, ele cita que preferia dialogar com sua esposa, Márcia Pinheiro (PV), que ficou em segundo lugar, do que com o governador reeleito Mauro Mendes (União), seu adversário político.
“Está faltando bom senso e pensar mais no estado. Respeitamos a posição contrária, respeitamos quem defendeu outras correntes, outras forças, outro presidente, mas tudo cessa às 17h do dia da eleição e que seja respeitada a vontade da maioria. Você acha que eu queria estar falando com quem? Márcia ou Mauro Mendes? Queria estar falando com a Márcia Pinheiro governadora, porque eu saberia que Cuiabá iria ficar um brinco, a cidade mais bonita do país, mas tenho que respeitar o povo mato-grossense, que escolheu Mauro Mendes”, disse em entrevista à imprensa.
Nos bastidores comenta-se a possibilidade de o presidente eleito escolher o senador Carlos Fávaro (PSD) ou o deputado federal cassado Neri Geller (PP) para comandar o Ministério da Agricultura. Atualmente, os dois são integrantes do grupo de transição no núcleo de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
No entanto, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT) rejeita os dois políticos como representantes do setor. Durante uma reunião, os produtores “definiram” que nenhum dos dois têm legitimidade para representar o setor como interlocutores em Brasília. O veto também alcança o empresário Carlos Augustin.
“A eleição já passou. Vamos respeitar o resultado das urnas e pensar em Mato Grosso. Como você pode ser contra um mato-grossense ser ministro de Estado? Ainda mais de Agricultura, que a força maior, a característica de Mato Grosso para o Brasil e para o mundo. Não tem sentido!”, ressaltou Emanuel.
Aproximação com Lula
Emanuel Pinheiro comentou que tem feito ótimas conversas durante esse período de transição e que nas próximas semanas deve se reunir com integrantes do grupo para debater programa e recursos para a capital.
Apesar de ter escolhido pela neutralidade no segundo turno, Emanuel tem como articulador em Brasília seu filho, o deputado federal Emanuel Pinheiro Neto, o Emanuelzinho, que subiu no palanque de Lula e já disse que pretende atuar como interlocutor do petista na Câmara Federal.
“Vou ter outras agendas na semana que vem, inclusive junto com o Stopa [vice-prefeito], e aí vamos ampliar as expectativas. A expectativa é muito boa do apoio e da parceria com Cuiabá do governo federal. Emanuelzinho está muito bem posicionado, pela postura dele. Foi o único da Câmara Federal [a apoiar Lula] e ele está sendo bem reconhecido por isso. Eu fico muito feliz, que mostra que Emanuelzinho pode ajudar muito, mais ainda Cuiabá e todo Mato Grosso, com essa interlocução que ele terá junto ao governo Lula”, disse.