Vídeo mostra empresária hostilizando garota que matou Isabele
A família da adolescente que matou a estudante Isabele Guimarães Ramos, em julho de 2020, registrou nessa segunda-feira (28) um boletim de ocorrência contra a empresária Cybelle Nardez Rodrigues Selle, acusando-a de calúnia, injúria, perseguição e perturbação.
O caso ocorreu no sábado (26) em um salão de beleza no Bairro Duque de Caxias, em Cuiabá, quando a empresária se aproximou da adolescente e começou a chamá-la de “assassina”. A menor estava no estabelecimento acompanhada das irmãs e da mãe.
“Eu sei que a sua filha é uma assassina! Assassina! Matou a amiga“, disse a mulher para a mãe da adolescente, enquanto era filmada pela garota que estava sendo atendida no local.
“Eu não quero frequentar o mesmo lugar que uma assassina frequenta. São elas que têm que se retirar. A pessoa tem que ficar isolada da sociedade. Espero que vocês não tenham noite de sono”, continuou.
A empresária também chegou a dizer que o Judiciário mato-grossense foi comprado para que liberasse a adolescente, que hoje tem 17 anos, antes de cumprir a pena máxima de três anos. “Comprar os desembargadores é facil. Ainda mais na Justiça de Mato Grosso”, disse.
A mãe da adolescente chegou a acionar a polícia para conter a empresária. Todavia, ela deixou o salão antes da chegada da viatura.
O advogado da família da adolescente, Artur Osti, se manifestou por nota:
“Os fatos e as falas registradas nos vídeos são de gravidade acentuada. Todas as esferas de responsabilização serão devidamente acionadas, com especial ênfase para a criminal. A postura equilibrada adotada pela genitora da adolescente covardemente agredida é retrato de quão precipitados são os julgamentos populares que fazem sobre essa família”.
O crime
Isabele, de 15 anos, foi morta com um tiro de pistola 380, que perfurou a narina e saiu pelo crânio, na noite do dia 12 de julho de 2020, quando foi convidada pela colega, também com 15 anos, para fazer um bolo.
As meninas moravam no Condomínio Alphaville e Isabele costumava frequentar a casa da amiga.
O caso ganhou repercussão nacional e a autora, cuja família era praticante de tiro esportivo, chegou a ser internada em uma unidade socioeducativa, mas atualmente está em liberdade.
Veja abaixo os vídeos: