Caminhões que trancaram rodovias em MT já foram usados em tráfico, contrabando e outros crimes
Gilberto Leite | Estadão Mato Grosso
Alguns dos veículos que foram utilizados para dar musculatura aos atos antidemocráticos em Cuiabá já são conhecidos da polícia por envolvimento em atos ilícitos. O relatório da Polícia Rodoviária Federal (PRF) consta no pedido feito pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) ao Supremo Tribunal Federal (STF), para que sejam ampliadas as penalidades contra as manifestações antidemocráticas no estado.
Um dos caminhões usados no protesto foi apreendido em outubro de 2022 no km 220 da BR-101, em Palhoça (SC), com quase três toneladas de maconha e 103 quilos de skunk no meio da carga de farelo de soja.
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Na lista, consta ainda um caminhão trator que também foi apreendido por crime ambiental. Equipe da PRF, durante fiscalização realizada em outubro de 2021 na BR-364, em Rondonópolis, abordou o veículo e encontrou essências florestais diferentes do que constavam na nota fiscal.
Outros quatros veículos também aparecem na lista, sendo uma Scania/G que foi envolvida em um contrabando em 2018 e uma DAF/XF105 em que o motorista foi detido por embriaguez ao volante. Outras duas Scanias/G possuem restrição judicial, por motivo não revelado.
MULTAS E IMPEDIMENTO
Atendendo ao pedido do MP-MT, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a aplicação de multa de R$ 100 mil para proprietários de 177 caminhões usados nos atos antidemocráticos em Mato Grosso, que pedem golpe de Estado para mudar o resultado das eleições presidenciais. A decisão é a mesma que afastou o prefeito de Tapurah, Carlos Alberto Capeletti, e foi proferida nesta quarta-feira (7).
Moraes ainda determinou a indisponibilidade dos veículos e pediu às forças policiais que informem os nomes dos proprietários dos veículos para, além da multa de R$ 100 mil, também aplicar multa de R$ 20 mil para as pessoas físicas. O total das multas deve chegar próximo aos R$ 18 milhões.
