Candidatura de Botelho movimenta disputa e Max intensifica campanha eleitoral

Gilberto Leite | Estadão Mato Grosso

O primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, deputado Max Russi (PSB), disse que o presidente do parlamento, Eduardo Botelho (União), ainda não comunicou se será candidato à reeleição. Nessa semana, Botelho deixou escapar em dois momentos na última sessão ordinária de segunda-feira, 19 de dezembro, que deve colocar seu nome à disposição na eleição da próxima Mesa Diretora.

Russi, que constrói seu projeto à presidência, comentou que apesar das declarações do atual presidente se mantém tranquilo e que continuará tocando as articulações para tentar acumular o maior número de apoio necessários.

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“Ele [Botelho] não falou ainda que é candidato. Ele falou que ainda está dependendo de uma consulta. Acredito que falou brincando, ele fala para mim que ainda tem um entendimento com os advogados, mas estou totalmente tranquilo, estou tocando o meu projeto. Vamos discutir, acho que essa discussão agora para, no final de ano, e na próxima sessão que será no dia 4 a gente vai voltar a intensificar esse debate no mês de janeiro”, disse à imprensa.

Durante as discussões sobre o projeto que cria a taxa de mineração, Botelho sugeriu que os parlamentares deixassem para debater as emendas que foram pedidas em destaque durante o período de discussão. Ao questionar se todos concordavam com a ideia, ele ressaltou ser “escravo do regimento” e, logo em seguida, soltou “estou em campanha para presidente”.

Ao final da sessão, ao desejar boas festas, o deputado pediu aos colegas, no próximo ano, compromisso com o estado, com os mato-grossenses e com ele.

Em conversa com jornalistas, ao ser questionado pelas falas, Botelho disse que é possível ser candidato e ao perguntar de zero a 10, qual seria essa possibilidade, ele respondeu 10.

Uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF), de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) sobre a Mesa Diretora da Assembleia do Paraná, o terceiro item do despacho cita que a proibição de mais de uma recondução ao mesmo cargo não atinge as composições eleitas antes de janeiro de 2021.

Esse entendimento pode beneficiar Botelho, que busca o quarto mandato ao cargo. Em 2021, ele chegou a ser afastado do cargo, após o Supremo entender que seu terceiro mandato como presidente era inconstitucional, mas retornou à função no início do ano.

Apesar da “brincadeira”, as falas de Botelho movimentam o cenário interno do Legislativo. Há menos de um mês, ele anunciou que desistiria do projeto devido a uma resposta dada pelo STF.

Com isso, Max Russi começou a articular sua candidatura a presidente. A deputada Janaina Riva (MDB) chegou a comentar sobre a possibilidade de Botelho ser novamente postulante ao cargo com Russi como primeiro-secretário, repetindo a atual dobradinha.



Estadão MT