MPE vai investigar PMs por prenderem petistas que os filmaram

O procurador-geral de Justiça José Antônio Borges Pereira determinou a abertura de investigação contra os policiais militares que prenderam dois militantes do PT na segunda-feira (12) em frente à 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, em Cuiabá. 

 

Os petistas foram presos após filmarem militares se alimentando em uma barraca montada pelos manifestantes, que protestam contra a eleição do ex-presidente Lula (PT).

 

Os manifestantes se concentram em frente ao local desde o início de novembro por não aceitarem o resultado do pleito.

 

A determinação foi encaminhada nesta terça-feira (13) à 13ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá, cuja atribuição está atrelada à Vara da Justiça Militar e também à 19ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá – Tutela da Segurança Pública – à qual cabe atuar no controle externo da atividade policial. 

 

Borges argumenta que foi noticiado em veículos de comunicação da Capital que os universitários Denilson D’Arc e Clarinda Castro foram conduzidos à Delegacia de Polícia Civil após filmarem militares se alimentando nas manifestações.

 

“[Ainda] Há relatos de que os conduzidos supostamente ficaram aprisionados na viatura policial por um longo período antes de serem apresentados à PJC”, descreveu Borges.

 

“Dessa forma, atento à missão constitucional do Ministério Público na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis […] assim como ao princípio do Promotor natural, determino o registro do presente despacho avulso e das notícias a que se refere no Sistema Integrado do Ministério Público – SIMP, em dois protocolos”, determinou Borges.

 

Entenda

 

Por meio de comunicado à imprensa, Denilson D’Arc disse que estava indo para a universidade junto a sua companheira e se direcionou a um ponto de ônibus próximo a 13ª Brigada, próximo onde moram. 

 

Chegando ao local, decidiram filmar a manifestação para “mostrar a dificuldade que temos para pegar ônibus naquele ponto, pois os mesmos manifestantes muitas vezes ocupam o ponto nos obrigando aguarda no meio da rua entre eles”.

 

Em determinado momento, segundo Denilson, ele identificou policiais fardados se alimentando no acampamento e continuou a gravação. Assim, pessoas que estavam no local o identificaram como filiado ao PT, partido de Lula, e teriam os hostilizados.

 

Segundo ele, dois policiais os abordaram para “questionar a razão das filmagens”. “Durante abordagem em nenhum momento desacatamos ou desrespeitamos os mesmos. Fizeram a revista dos meus pertences onde não encontraram nada irregular”.

 

“No final da abordagem, tomaram os nossos celulares e os nossos pertences. Nos obrigando a entrar no camburão sem uma justificativa plausível para tal condução”.

 

No relato, o petista ainda narra que ficou “preso” na viatura por duas horas.

 

“Ficamos presos no camburão por quase 2 horas com as janelas da viatura fechadas mesmo já estando na delegacia. Após tudo isso, prestamos os nossos depoimentos e fomos liberados”, disse.

 



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