PSOL anuncia decisão de integrar base de Lula no Congresso
Reprodução/TVPT
O PSOL anunciou neste sábado (17) a decisão de integrar a base de apoio ao presidente eleito Lula (PT) no Congresso Nacional, mas sem ocupar cargos no futuro governo.
A legenda, que integrou a oposição nos quatro anos do governo Jair Bolsonaro, apoiou a eleição de Lula neste ano.
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Ao todo, o PSOL elegeu 12 deputados federais para a legislatura que começa em 2023, entre os quais Guilherme Boulos (SP), integrante da equipe de transição de governo (núcleo de Cidades e Habitação).
“O PSOL apoiará o governo Lula em todas as suas ações de recuperação dos direitos sociais e de interesses populares. Estaremos presentes nas trincheiras do parlamento e nas lutas do povo brasileiro, combatendo a extrema-direita e defendendo o governo democraticamente eleito, mas o PSOL não terá cargos na gestão que se inicia”, afirmou o partido em texto publicado em seu site oficial.
Pautas prioritárias
O texto afirma ainda que a relação com Lula será diferente da feita por partidos do chamado Centrão.
Ainda conforme o partido, “construir a unidade não representa suprimir as diferenças”. O PSOL afirma ter como foco as políticas que combatam fome, desemprego, desmatamento e racismo, além de medidas que possam garantir a defesa dos direitos das mulheres e da população LGBTQIA+, além da retomada do Minha Casa, Minha Vida e dos investimentos em áreas como saúde e educação.
“Nossa relação será baseada no compromisso com as pautas populares, não em negociação de espaços ou condicionada à composição de Ministérios. Enquanto o Centrão negocia cargos, o PSOL irá privilegiar a negociação de propostas”, diz o texto.
Posicionamento dos partidos
PL (99 deputados) – OPOSIÇÃO
O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, afirmou que a legenda fará oposição ao governo Lula. Sigla à qual o presidente Jair Bolsonaro é filiado e pelo qual tentou a reeleição, o PL apoiou Lula e esteve na base de apoio do petista quando ele foi presidente, entre 2003 e 2010.
PT (68 deputados) – BASE GOVERNISTA
A legenda, presidida por Gleisi Hoffmann, é a mesma do presidente eleito.
União Brasil (59 deputados) – AINDA NÃO ANUNCIOU
Segundo o blog do Valdo Cruz, o partido será procurado por Gleisi, a presidente do PT. Após o primeiro turno, o União Brasil decidiu liberar os diretórios estaduais para apoiar Lula ou Bolsonaro.
PP (47 deputados) – AINDA NÃO ANUNCIOU
A legenda tem Ciro Nogueira, que é ministro da Casa Civil de Bolsonaro, como presidente licenciado. Ao site Poder360, o líder do partido na Câmara, André Fufuca, disse que a legenda aguardaria o final do governo Bolsonaro para debater a questão.
MDB (42 deputados) – AINDA NÃO ANUNCIOU
Ao lado do presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, formalizou o convite para que a sigla integre a equipe de transição do governo. Rossi disse que o convite será discutido com líderes do partido, mas que vê “espírito colaborativo” dentro do MDB.
No segundo turno das eleições presidenciais, o MDB ficou neutro. Entretanto, a candidata do partido à presidência, a senadora Simone Tebet, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, apoiou Lula.
Tebet também já foi anunciada como colaboradora da equipe de transição para cuidar da área de desenvolvimento social. A senadora também é cotada para compor ministério do governo de Lula.
PSD (42 deputados) – AINDA NÃO ANUNCIOU
O partido foi convidado pelo PT para integrar a equipe que fará a transição e participar do conselho político que será formado. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, divulgou que teve uma “ótima conversa” com o presidente do PSD, Gilberto Kassab.
“O deputado Antônio Brito foi indicado para compor o Conselho. Mais tarde, o PSD indicará os membros que integrarão o governo de transição”, publicou Gleisi em uma rede social.
Em entrevista à GloboNews, Kassab disse que é natural a discussão para um eventual alinhamento da sigla ao governo de Lula. Ele também afirmou que “parcela expressiva” de integrantes da legenda já têm apoiado Lula desde a campanha, o que facilitaria a aproximação com o PT.
Republicanos (41 deputados) – NEM BASE GOVERNISTA NEM OPOSIÇÃO
Após a eleição de Lula, o presidente da legenda, Marcos Pereira, escreveu em uma rede social que reconhece a eleição de Lula e parabenizou Bolsonaro pelo “grande resultado”.
“Nós, do Republicanos, vamos manter a coerência e seguir um caminho de independência, aprovando aquilo que for bom para o Brasil e criticando aquilo que for ruim”, escreveu Pereira.
No dia 23 de novembro, o partido oficializou a postura de independência por meio de nota, afirmando que não se negará “ao diálogo e à colaboração”.
O partido é o mesmo de Tarcísio de Freitas, governador eleito de São Paulo e apoiado por Bolsonaro.
PDT (17 deputados) – BASE GOVERNISTA
Após o primeiro turno, o PDT, que teve Ciro Gomes como candidato a presidência e ficou em quarto lugar, declarou apoio a Lula.
PSB (14 deputados) – BASE GOVERNISTA
A legenda, presidida por Carlos Siqueira, é a mesma do vice-presidente eleito na chapa de Lula, Geraldo Alckmin.
PSDB (13 deputados) – NEM BASE GOVERNISTA NEM OPOSIÇÃO
O presidente do partido, Bruno Araújo, afirmou que a legenda não fará parte do governo de Lula, mas que está comprometido com a “governabilidade” e “estabilidade” do país.
PSOL (12 deputados) – BASE GOVERNISTA
O presidente do partido, Juliano Medeiros, integra o conselho político da equipe de transição. Guilherme Boulos, deputado federal eleito, afirmou em uma rede social que irá integrar a equipe de transição. Ele afirmou que atuará na “área de Cidades e Habitação”.
Podemos (12 deputados) – AINDA NÃO ANUNCIOU
Após o primeiro turno, o partido liberou seus filiados para apoiar Lula ou Bolsonaro. No primeiro turno, o Podemos apoiou a candidatura de Simone Tebet (MDB) à presidência.
Avante (7 deputados) – AINDA NÃO ANUNCIOU
A legenda é a mesma do deputado federal André Janones, um dos principais nomes da campanha de Lula.
PSC (6 deputados) – AINDA NÃO ANUNCIOU
Em O PSC decidiu apoiar o presidente Bolsonaro durante a campanha pela reeleição. O partido ainda não anunciou se apoiará Lula no governo ou se fará oposição.
PC do B (6 deputados) – BASE GOVERNISTA
A legenda, presidida por Luciana Santos, fez parte da Coligação Brasil da Esperança, que tinha Lula como candidato à Presidência.
PV (6 deputados) – BASE GOVERNISTA
O partido fez parte da Coligação Brasil da Esperança, que tinha Lula como candidato à Presidência.
Cidadania (5 deputados) – BASE GOVERNISTA
O partido apoiou Lula no segundo turno. No primeiro turno, o Cidadania se coligou com MDB, Podemos e PSDB em torno da candidata Simone Tebet. Em entrevista à Folha de S.Paulo, o presidente do partido, Roberto Freire, disse que em um “primeiro momento” apoiará Lula.
Patriota (4 deputados) – AINDA NÃO ANUNCIOU
Os partidos PTB e Patriota anunciaram fusão, e a nova sigla deve se chamar Mais Brasil.
Solidariedade (4 deputados) – BASE GOVERNISTA
Os partidos Pros e Solidariedade anunciaram fusão. As duas siglas compõem a coligação de Lula.
Novo (3 deputados) – OPOSIÇÃO
Em uma rede social, o presidente da legenda, Eduardo Ribeiro, fez criticas ao PT e disse que o partido do presidente eleito “nunca teve um projeto de país”. “Seremos oposição”, escreveu Ribeiro.
O partido teve Felipe d’Avila como candidato à Presidência. Após o primeiro turno, o Novo não formalizou apoio a Bolsonaro, mas publicou nota dizendo ser contra o PT e o lulismo, liberando seus filiados e eleitores a votarem de acordo com a “consciência” e “princípios partidários”.
Pros (3 deputados) – BASE GOVERNISTA
Os partidos Pros e Solidariedade anunciaram fusão. As duas siglas compõem a coligação de Lula.
Rede (2 deputados) – BASE GOVERNISTA
Marina Silva, deputada federal eleita por São Paulo, foi uma das principais apoiadoras da campanha de Lula, de quem se reaproximou nesta eleição.
Marina foi ministra do Meio Ambiente do governo de Lula, entre 2003 e 2008. Em entrevista à GloboNews após a eleição de Lula, Marina foi perguntada sobre ser ministra novamente, mas desconversou.
PTB (1 deputado) – AINDA NÃO ANUNCIOU
Os partidos PTB e Patriota anunciaram fusão, e a nova sigla deve se chamar Mais Brasil. Roberto Jefferson, ex-deputado e que já foi presidente do partido, é apoiador de Bolsonaro. Jefferson foi preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) em outubro.