Tarcísio assume com desafio de equilibrar aliados em SP
Há pouco mais de um ano, a ambição de Tarcísio de Freitas (Republicanos), então ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro (PL), era disputar o senado por Goiás. Neste domingo (1º) ele assume o Palácio dos Bandeirantes, de onde despejou o PSDB depois de 28 anos de hegemonia em São Paulo.
Aos 47 anos, o novo governador paulista passa a comandar o estado mais rico do país com boa situação financeira e base política formada.
Porém terá tarefas complexas, a começar pelo equilíbrio entre o bolsonarismo e os outros grupos do governo. Também vai enfrentar desafios para cumprir sua plataforma de privatizações, com destaque para a Sabesp.
Exaltando a técnica em detrimento da política, Tarcísio foi eleito com a promessa de entregar projetos inacabados do PSDB no estado, como o Trem Intercidades, novas linhas de metrô e o Rodoanel, que envolvem uma série de entraves.
Vinculado a três padrinhos políticos de peso, Bolsonaro, Gilberto Kassab (PSD) e Paulo Guedes, ele ocupa uma vitrine natural para as eleições de 2026, mas depende de construir relações com deputados e prefeitos, aliados e opositores, para manter-se no jogo.
Contrariando bolsonaristas, escolheu Kassab, conhecido pela habilidade na articulação, como secretário de Governo.
A cerimônia de posse acontece a partir das 9h, na Assembleia Legislativa de São Paulo, e deve terminar às 10h30, quando Tarcísio vai ao Palácio dos Bandeirantes para a segunda etapa da solenidade, com a posse do secretariado.
O governador Rodrigo Garcia (PSDB) tem destacado que deixará as contas em ordem e caixa recorde para investimentos, mas a equipe de transição, por outro lado, diz ter identificado uma série de problemas que vão de leitos desativados à falta de professores.
No início da gestão, a expectativa de Tarcísio é avançar em temas que são vidraças do PSDB.
Em evento neste mês, ele anunciou o leilão do Rodoanel Norte, obra emperrada, para março, e o edital do Trem Intercidades, que ligará São Paulo a Campinas, para o primeiro semestre. Ambos os projetos já eram tocados pelo governo Rodrigo.
A ascensão de Tarcísio reorganizou a política paulista ao desbancar a hegemonia do PSDB e consolidar a polarização entre a direita bolsonarista e a esquerda.