Vereador cita “cena do crime” e defende intervenção da Saúde

O vereador Dilemário Alencar (Podemos) classificou como “gravíssima e absurda” a denúncia dos conselhos Federal e Regional de Farmácia, que encontraram 4.386.185 comprimidos vencidos em Cuiabá.

 

Os medicamentos foram encontrados no Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos de Cuiabá (CDMIC) administrado pela Secretaria Municipal de Saúde.

 

A denúncia dos conselhos de farmácia, revelada pelo MidiaNews, é fruto de uma inspeção que as duas entidades fizeram a pedido do Ministério Público Estadual no CDMIC.

 

Na inspeção, dos 4,3 milhões de comprimidos vencidos, 2,7 milhões são de cloridrato de metformina, usado para tratamento de diabetes e de problemas cardíacos.

 

Foram encontradas, também, mais de 400 unidades de medicamentos vencidos classificados como de alto custo.

 

“Em abril de 2021, os vereadores da oposição promoveram a CPI dos Medicamentos Vencidos, onde foi apurado a existência de mais de R$ 30 milhões em remédios vencidos no CDMIC, chegando inclusive a CPI indiciar o prefeito Emanuel Pinheiro por esse grave prejuízo aos cofres públicos e à saúde da população cuiabana. Agora, a cena do crime se repete. Isso é intolerável”, disse durante sessão desta terça-feira (27).

 

A repetição desse cenário no CDMIC, certamente, ocasionou mortes por falta de medicamentos. É uma situação extremamente grave

Para ele, ao não tomar providências, Emanuel demonstrou “desprezo” com a população e com a CPI da Câmara. Dilemário afirmou, ainda, que o prefeito cometeu novo ato de improbidade administrativa.  

 

“A repetição desse cenário no CDMIC, certamente, ocasionou mortes por falta de medicamentos. É uma situação extremamente grave. Descaradamente, o prefeito zomba dos Poderes Legislativo, do Judiciário e do Ministério Público, pois apesar de advertido por essas instituições, nada fez para amenizar o caos na Saúde”, afirmou.

 

“Já existem motivos de sobra para que seja decretada uma intervenção na Secretaria de Saúde”, defendeu.

 

Intervenção

 

Na semana passada, o procurador-geral de Justiça José Antônio Borges pediu urgência à Justiça para que o Estado de Mato Grosso intervenha na Saúde de Cuiabá.

 

Segundo ele, o setor vive uma “completa calamidade pública” e está colapsado.

 

O pedido será analisado pelo desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

 

“Ao fim e ao cabo, enquanto o Município de Cuiabá se mantiver recalcitrante e não conferir integral adimplemento às determinações emanadas pelo Poder Judiciário na área da saúde, quais sejam, […] mostra-se de extrema relevância uma pronta e firme resposta desta Colenda Corte de Justiça, impondo o remédio amargo da intervenção para que seja rompida a não só a inércia municipal, mas as suas torpes tentativas de enganar o Judiciário!”, disse Borges. 

 

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