“Liberdade de expressão não pode colocar democracia em xeque”

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que a liberdade de expressão não pode colocar em xeque a democracia, em uma referência aos atos bolsonaristas que ocorreram após a eleição de Lula (PT).

 

O mato-grossense afirmou acompanhar as manifestações no Estado com apreensão e pediu trégua aos bolsonaristas descontentes.  

 

“É fundamental e necessário que respeitemos os dissensos e que asseguremos a liberdade de expressão. Mas a liberdade de expressão não pode colocar em cheque a democracia. […] Nós mato-grossenses acompanhávamos com muita apreensão os desdobramentos pós-eleitorais”, disse o ministro durante a cerimônia de posse de Carlos Fávaro no Ministério da Agricultura.

 

“Bloqueio de rodovias, atingimento da propriedade das pessoas, sugestão de boicote a empresas, e coisas do tipo. A eleição se encerra. Cabe a quem ganhou governar. E obviamente, quem governa precisa de ordem, de paz e não de conflitualidade”, emendou.

  

Gilmar Mendes acrescentou que competirá ao candidato derrotado, Jair Bolsonaro (PL), e seus apoiadores, fazer oposição ao Governo Lula.

 

“Quem eventualmente perdeu, por margem maior ou menor, recebe uma designação para fazer oposição, que também é uma missão constitucional. Portanto, lamber as feridas, eventualmente chorar, e se preparar para novas eleições. É assim que se dá na democracia”, afirmou.

 

Divisão apaixonada

 

Gilmar é eleitor em Mato Grosso e vota em sua cidade natal, Diamantino (a 200km de Cuiabá). Ele relembrou que o Estado foi protagonista de uma “divisão apaixonada” nas eleições de outubro passado.

 

Passado o pleito, o ministro disse que “a vida continua” e pede união entre os mato-grossenses.

 

“Em um estado como o nosso, em que houve essa divisão apaixonada, é fundamental que se mostre a essas pessoas que a vida continua e que as suas pretensões legitimas serão atendidas. E nós devemos cultivar a união na defesa do Brasil. Que é uno. Um só país”. 

 

“Não podemos ter essa adversidade política como elemento de inimizade absoluta e total.  […] Um eventual adversário de ontem é um eventual aliado de hoje. É preciso ter essa compreensão. A democracia se faz assim e por isso avançamos tanto”.

 

O ministro mato-grossense é considerado um dos maiores constitucionalistas da atualidade.

 

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