“Conto nos dedos de uma mão as vezes que saí de casa”, diz vereadora do PT ameaçada em Sinop

Igor Marangon/Câmara de Sinop

Única mulher e única petista na Câmara de Vereadores de Sinop, Graciele Marques dos Santos, 37 anos, relatou o clima de medo que vive na cidade, que é um dos maiores redutos bolsonaristas de Mato Grosso.

Graciele já foi atacada ao menos duas vezes por grupos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante sessões legislativas ocorridas no final do ano passado. As agressões foram provocadas por uma notícia falsa de que a vereadora pretendia apresentar um projeto de lei contra os acampamentos na cidade.

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“Posso contar nos dedos de uma mão as vezes que saí de casa desde os ataques que sofri. Quando saio, sempre estou acompanhada”, contou Graciele, em entrevista ao Uol.

Graciele revelou que já teve seu carro riscado duas vezes e lembra que já registrou boletim de ocorrência em cinco ocasiões. Em duas delas, a vereadora foi ameaçada de morte.

“Derrotamos o Bolsonaro, mas não o bolsonarismo ainda. Teremos que lidar por muito tempo com o ódio dessas pessoas, com a violência, principalmente com a violência política de gênero”, afirmou.

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PT PEDIU PROTEÇÃO

Em novembro, o Partido dos Trabalhadores (PT) pediu proteção policial para a vereadora devido aos constantes ataques sofridos.

O presidente do partido em Mato Grosso, deputado Valdir Barranco, encaminhou um documento para o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mendes, pedindo que policiais militares possam acompanhar as sessões ordinárias da Câmara de Sinop, até o término do ano, para evitar danos à integridade física da vereadora e de terceiros.

“Ao não aceitar o resultado das urnas, usam os mais diversos meios para intimidar os brasileiros lançando mão de instrumentos que vão desde a coação e ofensa moral, intimidação e agressão física, trancamento e ocupação de rodovias federais e estaduais, vias públicas urbanas, cerceando o basilar direito constitucional de ir e vir que, em outras circunstâncias, dizem defender ferrenhamente”, diz trecho do ofício.



Estadão MT