Em crise, Saúde tem contrato de R$ 5 milhões para por chips em cães

 

Mesmo com o caixa estourado em R$ 350 milhões, a Prefeitura de Cuiabá firmou um contrato – sem licitação – de R$ 5,1 milhões com uma empresa para colocar chips e monitorar cães e gatos.

O contrato foi assinado no início de dezembro passado, com a Petimuni Agência Online de Serviços, com sede na Capital.

O documento foi encontrado pelos interventores do Estado, que estão fazendo um “pente fino” na Saúde da gestão de Emanuel Pinheiro (MDB).

O interventor Hugo Fellipe Lima divulgou, nesta quarta-feira (4), um levantamento mostrando que a Saúde na era Emanuel tem um rombo de ao menos R$ 350 milhões com despesas, INSS e FGTS de servidores, fornecedores e até “despesas sem contrato”.

Conforme o contrato para rastrear cães e gatos, a empresa receberá R$ 430 mil, o que corresponde a R$ 5,16 milhões em um ano. O contrato foi assinado pela ex-secretária de Saúde, Suellen Alliend.

A empresa Petimuni deverá, de acordo com o documento, prestar serviços de registro, identificação, vacinação, microchipagem e carteirinha digital para os pets.

O Gabinete de Intervenção, desde o último dia 29 de dezembro, tem feito um levantamento em contratos, empresas e servidores da Secretária de Saúde.

A intenção é diagnosticar os problemas e propor soluções para a Pasta que tem sido alvo de denúncias de falta de médicos, falta de medicamentos, comprimidos vencidos e até atrasos salariais.

O desembargador Orlando Perri determinou a intervenção do Estado na Saúde da Capital no último dia 28 de dezembro. Na prática, a determinação tira a administração do setor das mãos do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e a entrega ao Governo do Estado por seis meses.

Logo após a decisão, o governador Mauro Mendes (União) nomeou Hugo Fellipe Lima como interventor.

O desembargador ainda alertou que, caso Emanuel ou secretários, ofereçam qualquer embaraço a instalação do novo comando a Saúde, “será considerado como crime de desobediência e, conforme o caso, de responsabilidade, além de eventual improbidade administrativa”.

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