Empresário instalou GPS em carro, escutas e anotava rotina de ex

delegado Marcel Oliveira, da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), revelou que Carlos Alberto Gomes Bezerra, assassino da servidora Thays Machado, 44, instalou um localizador no veículo dela quando ainda namoravam e utilizava um caderno para anotar seus passos.

 

Os objetos de monitoramento e os cadernos com as anotações foram encontrados durante busca e apreensão na casa de Carlos Alberto, no bairro Santa Rosa, em Cuiabá.

 

“Foram localizados GPS veicular, como também escutas ambientais. […]  Nesse caderno que está apreendido aqui, tem a anotações do dia e horário que os aparelhos foram instalados no carro, por quanto tempo duraria a bateria. Ou seja, até que dia ele poderia estar monitorando”, contou Oliveira.

 

Thays foi assassinada no dia 18 de janeiro, quando saía do prédio onde a mãe mora, no Bairro Consil, junto de seu namorado Willian César Moreno, 30. Cada um deles foi morto com três tiros, disparados por Carlos Alberto.

 

Uma vez o programa instalado, passava os dados para o aparelho celular dele, e ele imprimia essas geolocalizações com os principais locais que a vítima frequentava

Ele está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE) e já foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por homicídio qualificado e perseguição majorada.

 

Prints com localização

 

O empresário, que tinha histórico de violência e comportamento possessivo com a vítima, não aceitava o fim do relacionamento. Ele a perseguia e ameaçava à luz do dia, inclusive no dia em que a matou.

 

“Também encontramos 71 prints de localizações onde a vítima passava. Uma vez o programa instalado, passava os dados para o aparelho celular dele, e ele imprimia essas geolocalizações com os principais locais que a vítima frequentava”, disse o delegado.

 

“Os colégios que ela estava, na época, procurando para realizar matrícula da filha dela, diversas clínicas veterinárias, porque ela criava cachorros Golden. Inclusive, em diversas dessas anotações, ele fazia links”, acrescentou.

 

Segundo o delegado, Carlos Alberto ligava para a vítima perguntando onde ela estava, para confirmar se era o mesmo local informado no GPS. “Aí, ele pegava os prints e anotava o que ela tinha feito para ver se era compatível com o que estava falando com ele no telefone”.

 

Era obsessão de caráter frenético. De perseguir os passos de forma incessante

Ainda conforme as investigações, o assassino também monitorava o celular da vítima, checava a agenda de contatos e as ligações perdidas, e a partir disso ele criou uma lista, dividindo por cores as pessoas e o relacionamento delas com Thays.

 

“Ele tinha um sumário: de cor laranja era trabalho, prestador de serviço. As azuis eram homens e em rosa eram mulheres. Se ele via que era mulher, dava menos importância, não fazia anotações”. 

 

“Ele marcava detalhes, [por exemplo]: ‘liguei, falou que não conhece a Thays’. Adicionava a pessoa no Whatsapp, via se tinha foto, alguma característica, e fazia anotações ao lado: ‘tem uma tatuagem no braço’”, explicou o delegado.

 

O mesmo acontecia nas redes sociais de Thays, nas quais, segundo o delegado, ele anotava as pessoas que curtiam as fotos dela, entrava no perfil para ver quem eram.

 

“Era obsessão de caráter frenético. De perseguir os passos de forma incessante, procurar saber todos os locais, pessoas que acompanham”, concluiu.

 

Veja o material apreendido:

 

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