Mauro cobra “tratamento igualitário” do governo Lula, mesmo com divergências
O governador Mauro Mendes (União) disse esperar que o governo federal trate Mato Grosso com igualdade em relação aos demais estados, sem qualquer tipo de perseguição política pelo fato de o estado ser um dos maiores redutos bolsonaristas do país. Em conversa com jornalistas nesta terça-feira, 3 de janeiro, ele ressaltou que discorda dos posicionamentos de Lula (PT), mas vai buscar um relacionamento institucional saudável com o governo federal.
Mauro apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante todo o governo e liderou uma força-tarefa na busca por ampliar a votação dele em Mato Grosso nas eleições. Passado o processo eleitoral, ele avalia que é hora de seguir em frente.
“Eu respeito o governo federal, o presidente Lula tem lá sua linha política e ele foi eleito, então ele tem direito de implementar. Eu posso até discordar, como é natural que muitos discordem, inclusive de mim também, mas eu fui eleito como governador do estado e tenho minhas diretrizes e vou implementar”, disse. “Com o governo federal, obviamente que vou tentar sempre ter a melhor relação possível”, emendou.
O governador tem reafirmado que Mato Grosso não depende dos repasses do governo federal, pois está em uma situação fiscal confortável e consegue fazer frente aos investimentos necessários com recursos próprios.
Mesmo assim, ele cobra que o governo federal mantenha os repasses e investimentos necessários em Mato Grosso, sem priorizar os Estados que enfrentam problemas fiscais.
“A União tem suas obrigações também e queremos que nos trate com igualdade. Não é porque nós fizemos a lição de casa e conseguimos colocar a nossa casa em ordem que nós vamos deixar de brigar por recursos aqui. Se não, dar recursos só para quem não fez seria privilegiar a incompetência e a ineficiência, se alguém assim o fez”, afirmou.
ÁGUAS PASSADAS
Questionado sobre o relacionamento com o ministro Carlos Fávaro (PSD), o governador afirmou que não guarda mágoas pelo fato de Fávaro ter apoiado sua rival nas eleições.
Fávaro era aliado de Mauro até a metade do ano, mas mudou de lado ao ver que não conseguiria o apoio do governador à candidatura de Neri Geller (PP) para o Senado. Mauro decidiu apoiar Wellington Fagundes (PL), que disputava a reeleição, o que acabou rachando a aliança. Durante o período eleitoral, governador e ministro chegaram a trocar farpas indiretamente.
Hoje, porém, Mauro trata o assunto como ‘águas passadas’. Aos jornalistas, ele afirmou que irá tratar Fávaro como trata qualquer ministro e que espera contar com o trabalho dele em prol de Mato Grosso.
“Eu nunca briguei com Carlos Fávaro. Trabalho focado, desejo sorte a ele, tem alguns lá que são meus amigos pessoais. Vamos trabalhar”, resumiu.