Polícia: Casal se conheceu pessoalmente no dia em que foi morto

A servidora Thays Machado e o namorado dela, Willian César Moreno, se conheceram pessoalmente na madrugada do dia 18, horas antes de serem assassinados pelo empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, filho do deputado federal Carlos Bezerra.

 

A revelação foi feita nesta segunda-feira (30) pelo delegado Marcel Oliveira, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investigou o crime e concluiu o inquérito na última sexta-feira (27).

 

Ele indiciou Carlos Alberto pelos dois homicídios e perseguição majorada. No sábado (28), o Ministério Público Estadual denunciou o acusado pelos dois homicídios.   

 

Os dois foram assassinados no dia 18 de janeiro em frente ao prédio onde mora a mãe de Thays, no Bairro Consil.

 

Em entrevista coletiva, o delegado explicou que, após perícia no celular de Thays, foi possível observar que ela e Willian se conheceram por meio de mensagens de WhatsApp no dia 1º de janeiro, logo após o rompimento dela com Carlos.

 

Willian morava em São Paulo e ela vendia cachorros da raça Golden Retriever. Por meio de trocas de mensagens, ele mostrou interesse em comprar um e, então, começaram a conversar.

 

Ainda conforme o delegado, a conversa foi se estreitando até que eles começaram a se relacionar e Willian marcou de vir a Cuiabá conhecer Thays.

 

A família dele é de Cuiabá, disse que às vezes vinha para cá e chegou no dia 18, justamente no dia em que morreu

Ele morava na capital paulista há aproximadamente oito anos, desde quando sua mãe morreu. Em Cuiabá, conforme a Polícia, ele tem amigos e familiares.

 

Apenas no dia 18, na madrugada do crime, que eles se conheceram pessoalmente.

 

“[A relação deles] Começou por volta do 1º. O Willian ela conheceu pessoalmente no dia 18. Ele chegou por volta das 3h [no aeroporto de Várzea Grande]”, revelou o delegado.

 

“Pelo o que a gente averiguou até o momento, o contato entre eles começou relacionado à venda de cachorros. Ele estava querendo adquirir um filhote de Golden, que parece que ela estava vendendo. Eles então começaram a conversar e, nessa questão, começaram a estreitar os laços. A família dele é de Cuiabá, disse que às vezes vinha para cá e chegou no dia 18, justamente no dia em que morreu. Ele morava em São Paulo, mas os familiares aqui [em Cuiabá]. Desde que a mãe dele morreu, há oito anos, ele se mudou para lá”, acrescentou.

 

Naquele dia, Carlos Alberto, que perseguia a ex-namorada porque não aceitava o fim do relacionamento, seguiu a mulher até o aeroporto e chegou a abordar o casal no trânsito. Ele portava uma arma de fogo, que chegou a mostrar para Thays.

 

Feliz com o ponto final

 

Ainda de acordo com o delegado, Thays chegou a confidenciar a amigos que estava feliz com o fim do relacionamento com o empresário.

 

“No dia 9, o dia que ela retornou para o trabalho dela, na Vara de Várzea Grande, dia que terminou o recesso forense… A gente ouviu a chefe dela do trabalho [que] falou que ela chegou ao trabalho superfeliz e sorridente falando que tinha terminado o relacionamento tóxico. A Thays estava extremamente feliz no trabalho”, disse o delegado.

 

A amigos próximos, a mulher já havia revelado que tinha medo do ex-namorado, que ela classificava como extremamente ciumento e possessivo.

 

Movido pelo ciúme, ele chegou a arrombar a porta do apartamento de Thays e sempre que ela saía, ele exigia que ela fizesse gravações de chamadas de vídeo.

 

Para a Polícia, Carlos Alberto premeditou o crime.

 

O assassinato

 

Os assassinatos aconteceram em frente ao edifício Solar Monet, no Bairro Consil, onde mora a mãe de Thays.

  

Carlos Alberto chegou em um Renault Kwid, parou e efetuou vários disparos contra as vítimas, que estavam na frente do prédio esperando um carro de aplicativo. Conforme a perícia, cada uma das vítimas recebeu três tiros. 

 

O empresário fugiu da cena do crime, sendo localizado somente à noite, em uma fazenda em Campo Verde.

 

Carlos Alberto confessou ter matado o casal e alegou ter agido em razão de uma “descompensa emocional” causada pela diabetes.

 

Ele está preso na Penitenciária Central do estado (PCE) e, na sexta-feira (27), foi indiciado por homicídio qualificado e perseguição majorada.

 

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