Thays era monitorada em tempo integral e quase foi atropelada por sair com amigas
Igor Guilherme | Estadão Mato Grosso
Carlinhos Bezerra, assassino confesso de Thays Machado, submetia a mulher a um regime de vigilância onde cada movimento era acompanhado a todo momento por ele, que se aproveitou da confiança no relacionamento para esconder rastreadores no carro da mulher.
Além de acompanhar cada passo da vítima, Carlinhos sabia a identidade, com detalhes, de todos os homens que curtiam as fotos de Thays. A declaração foi dada pelo titular da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), Marcel de Oliveira, durante coletiva de imprensa, realizada nesta segunda-feira (30).
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O material que provou esse controle doentio foi apreendido pela Polícia Civil. Na lista constava um GPS veicular, escutas ambientais e anotações de caderno que diziam o dia que o material foi instalado e quanto tempo duraria a bateria.
“Também encontramos 71 prints de localizações onde a vítima passava. Ou seja, uma vez o programa instalado, passava os dados para o celular dele e ele imprimia essas geolocalizações que a vítima tinha. Ou seja, os principais locais que ela frequentava” explicou Marcel.
Segundo o delegado, o assassino fazia questionamentos à vítima sobre sua localização e usava as impressões para averiguar se ela mentiria para ele.
Carlinhos conhecia toda a rotina de Thays, sabendo em detalhes os horários que ela frequentava a casa da mãe, os locais que ela frequentava no fim de semana e até mesmo os fóruns de Cuiabá e Várzea Grande, ambientes de trabalho da servidora do judiciário.
PERSEGUIÇÃO IMPLACÁVEL.
Em meados de setembro e outubro de 2022, Carlinhos descobriu que Thays foi a um PUB de Cuiabá, beber com alguns amigos depois do trabalho. Sabendo onde ela estava, Carlinhos se dirigiu até o local e, sem mais nem menos, tentou atropelá-la.
Outro caso envovendo a obsessão do assassino se deu quando ele foi até o fórum de Várzea Grande com ciúmes porque Thays parabenizou um servidor, seu colega de trabalho, por seu aniversário. Nas palavras do delegado Marcel, a forma como Carlinhos agiu foi o suficiente para que a Polícia Militar intervisse. O servidor registrou uma queixa contra Carlinhos e o empresário foi proibido de entrar nas dependências do local.
LISTA “AZUL”
Dentre os materiais apreendidos pelas investigações, estão listas contendo os contatos que Thays tinha e os nomes de pessoas que curtiram fotos dela nas redes sociais. Esses nomes eram demarcados com as cores rosa e azul. Rosa para mulheres, que não eram o foco de atenção, e azul para os homens.
Esses últimos, além de listados, tinham suas características físicas descritas pelo assassino. Além disso, Carlinhos entrava em contato com os homens listados e os questionava se eles conheciam Thays.
Marcel explica que tais informações eram descritas como “a pessoa afirmou que não conhece a Thays”, “a pessoa afirmou que conhece a Thays, mas não lembra de onde”.
O material foi apreendido no escritório de Carlinhos na última segunda-feira (23) durante uma operação da Polícia Civil.
Relembre a operação de busca e operação, clicando aqui:
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