“Justiça tem elementos de sobra para sustentar a intervenção”
A vereadora Michelly Alencar (União) disse acreditar que os desembargadores do Triunal de Justiça de Mato Grosso decidam pelo retorno da intervenção do Estado na Saúde de Cuiabá, em sessão nesta quinta-feira (23).
Os treze desembargadores que compõem o Orgão Especial do TJ se reúnem às 13h30.
Hoje temos uma situação extremamente grave na Capital e um gestor que fecha os olhos para isso
“Eu acredito que a Justiça tem elementos de sobra para sustentar a decisão de que a intervenção deve voltar”, afirmou.
A vereadora disse que os magistrados devem levar em consideração a operação recente da Polícia Civil, deflagrada na última quinta-feira (9), que investiga o desvio de mais de R$ 1 milhão de verbas na compra de remédios que não teriam sido entregues.
A investigação prendeu o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues, e também teve como alvos dois servidores que atuavam em cargos de confiança na Empresa Cuiabana de Sáude Pública.
Apesar das graves denúncias, Michelly argumentou que Emanuel vem “naturalizando” todo o caos que ocorre na Saúde de Cuiabá.
“Hoje temos uma situação extremamente grave na Capital e um gestor que fecha os olhos para isso, acoberta situações graves, naturalizando posturas extremamente duvidosas. Fato é que nós temos um ex-secretário preso e não é a primeira vez”, disse.
Para a vereadora, a única forma de reorganizar a Saúde da Capital neste momento é a intervenção, já que mesmo após retomar a responsabilidade da Pasta, o prefeito não tomou nenhuma atitude de mudança.
Qual o plano de enfrentamento que a gestão Emanuel tem para enfrentar o caos? Nenhum
“Qual o plano de enfrentamento que a gestão Emanuel tem para enfrentar o caos? Nenhum. Se estamos precisamos de alguém que enfrente essa situação, então que seja a intervenção”, concluiu.
Intervenção
Após Perri decidir pela intervenção no dia 28 de dezembro, o governador Mauro Mendes nomeou o procurador do Estado, Hugo Lima, como interventor.
Em oito dias de trabalho, o Gabinete de Intervenção detectou que, apenas em 2022, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) deixou de pagar mais de R$ 164 milhões em despesas da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
O levantamento também detalhou o rombo na Empresa Cuiabana de Saúde Pública, que ano passado acumulou R$ 72 milhões em dívidas de INSS e FGTS, além de dever R$ 84,6 milhões a fornecedores.