Usuários foram torturados e mortos por vender drogas sem autorização

Igor Guilherme | Estadão Mato Grosso

Operação foi deflagrada nesta sexta-feira, 10, e prendeu dois suspeitos

A Operação Morro da Luz, que prendeu duas pessoas por homicídio e tortura, esclareceu um crime bárbaro, registrado em Cuiabá ainda em março ano passado. A vítima, Darli Rodrigues Domiciano, à época com 43 anos, foi encontrado amarrado por fios elétricos, já em avançado estado de decomposição. O cadáver estava em um posto abandonado no bairro Poção, com diversas marcas de pauladas e pedradas pelo corpo. A motivação do crime foi que Darli estava vendendo drogas sem autorização.

O titular da Delegacia Especializada de Crimes e Proteção à Pessoa (DHPP), Marcel Gomes de Oliveira, explicou que Darli foi morto a pauladas e pedradas, deixando muito sangue na cena do crime. À imprensa, o delegado explicou que o assassinato se deu aos moldes do conhecido “salve”, aplicado por criminosos quando há violação de suas regras.

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“A gente começou a investigar essa morte no dia que o corpo foi encontrado, lembrando que o corpo foi localizado no dia 28 (de março), mas, na verdade os familiares da vítima já haviam registrado o seu sumiço desde o dia 17 de março… então a gente acredita que a vítima veio a óbito ali entre os dias 17 e 18 de março”, explicou Marcel.

A morte de Yasmim Wanderleia Miranda, de 18 anos, também é apurada na mesma investigação. A jovem foi espancada a pauladas e degolada no dia 6 de agosto de 2022, na região do Morro da Luz. Yasmim era usuária desde os 11 anos e também teria sido morta por vender drogas sem o aval da liderança do tráfico na região central de Cuiabá.

O delegado Marcel explicou que um dos presos na operação Morro da Luz estava sendo ouvindo pelo delegado responsável por apurar o caso que envolvia a Yasmim. À época do crime, o namorado da jovem foi apontado como o responsável por executá-la.

Uma terceira vítima, também inclusa na operação, foi encontrada no fim do ano passado. A mulher estava em um matagal no bairro Altos do Parque, com diversas marcas pelo corpo. Apesar de estar em outro bairro, a vítima, até então não identificada, foi morta na região do Morro da Luz.

“As vítimas eram usuárias de drogas… e por algum momento eles realizaram (o tráfico) para poder manter o próprio vício” explicou o delegado, interligando as três execuções ocorridas em um prazo tão distante de tempo.

Além dos dois presos, um terceiro alvo está sendo procurado pelos policiais por também envolvimento nas execuções.

Estadão Mato Grosso