Garcia defende casamento do UB com PP, mas lamenta falta de diálogo com as bases

Gilberto Leite | Estadão Mato Grosso

O presidente do União Brasil em Mato Grosso, deputado federal Fábio Garcia, disse que as tratativas de uma possível federação com o PP seguem avançadas, mas lamentou que as discussões sobre o assunto estejam apenas concentradas nas lideranças das siglas.

Garcia comentou que não foi convidado para participar das discussões, no entanto, se mostrou favorável à ideia. Ele destacou que a federação é o caminho para uma fusão e, com isso, diminuir o número de partidos que há no país.

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“Acho que faltou diálogo, concordo com o Júlio [Campos, deputado estadual], que tenha faltado diálogo nessa construção, mas isso não quer dizer que eu seja contra a federação porque eu acredito que trilha no caminho correto, como eu disse, que é diminuir o número de partidos no Brasil”, disse em entrevista à imprensa nesta segunda-feira, 6 de março.

Sobre o processo de “casamento”, o deputado comentou que ainda não foi sacramentado faltando algumas minúcias que precisam ser resolvidas, principalmente nas regiões onde as siglas têm divergências.

“Faltam a serem resolvidos com relação a essa questão, principalmente em alguns estados onde esse tema é um pouco mais complexo. Portanto, se trabalha para uma federação que é um início de um namoro para casamento, assim eu vejo”, defendeu.

Para o político, as federações oportunizam dicussões futuras acerca das fusões.

“Como aconteceu com o DEM e o PSL, que foi uma fusão se tornando o partido o União Brasil, essa federação entre o União Brasil com o PP também caminha nessa direção para que a gente possa estar 4 anos juntos e, no fim desses 4 anos, se esses partidos ideologicamente estiverem de fato demonstrado o mesmo alinhamento, se tornarem um único partido para que a gente possa continuar trabalhando e reduzindo o número de partidos no Brasil”, defendeu.

As conversas entre os partidos seguem avançadas e vêm sendo articuladas desde o início do ano. O União e o PP são uma das maiores bancadas na Câmara dos Deputados. Caso haja o casamento, as siglas terão 108 parlamentares e se tornarão a maior bancada, ultrapassando o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, que hoje tem 99 deputados federais.

No estado, o casamento deve causar briga entre os “filhos” de ambos. Uma ala do PP está na base de sustentação do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), adversário político da principal liderança do União Brasil, o governador Mauro Mendes.



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