Governo extingue punição contra tenente Ledur

Gilberto Leite | Estadão Mato Grosso

O governador Mauro Mendes (União) acolheu as recomendações da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e extinguiu a punibilidade contra a tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur Souza Dechamps, acusada de torturar um aluno durante treinamento no 15º Curso de Formação dos Bombeiros, em 2016, na Lagoa Trevisan, em Cuiabá.

A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira, 14 de março.

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No documento, Mauro destaca que a medida foi adotada em razão do alcance do lapso prescricional previsto no Código Penal Militar, ou seja, do tempo da apresentação do processo administrativo contra Ledur, em 2017, para apurar possíveis sua atuação durante o treinamento.

“RESOLVE: 1. ACOLHER as recomendações exaradas pela Procuradoria-Geral do Estado no Despacho subscrito pelo Procurador-Geral do Estado de Mato Grosso 2. DECLARAR a extinção de punibilidade da Bombeiro Militar 1º Tenente Izadora Ledur Souza Dechamps, em razão do alcance do lapso prescricional previsto no Código Penal Militar. 3. DETERMINAR que se notifique a interessada e seu defensor, se houver, pessoalmente, enviando-lhe o inteiro teor desta decisão. Em seguida, cientifique o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso”, diz trecho do processo divulgado no Diário Oficial.

Além de não sofrer nenhuma penalidade no âmbito estadual, Ledur conseguiu se livrar da condenação de prisão em regime aberto também por prescrição.

O CASO

No dia 10 de novembro de 2016, Rodrigo e outros alunos do curso de formação participaram de uma aula aquática na Lagoa Trevisan. Rodrigo já estava exausto do treinamento, mas ainda recebeu “caldos” (situação em que a pessoa é submersa na água e tenta se livrar de um afogamento) de Ledur.

O aluno começou a passar mal e pediu que a instrutora Ledur parasse com os caldos, mas ela teria continuado com a prática. Com uma forte dor de cabeça e exausto, Rodrigo foi liberado da aula para procurar ajuda médica.

Rodrigo foi sozinho até o Batalhão do Corpo de Bombeiros, no bairro Verdão, de onde foi encaminhado à Policlínica do mesmo bairro. A família de Rodrigo só foi comunicada do ocorrido após o primeiro atendimento médico.

O jovem então foi transferido para um hospital particular da capital, onde acabou não resistindo e morreu no dia 15 de novembro. No laudo sobre a morte de Rodrigo constava que o jovem sofreu uma hemorragia cerebral.



Estadão MT