Mauro diz que BRT está sacramentado e acusa Consórcio de tentar desmoralizar BRT

Gilberto Leite | Estadão Mato Grosso

O governador Mauro Mendes (União) acusou o consórcio responsável pela obra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de adotar ‘medidas midiáticas’ para tentar inviabilizar a construção do Ônibus de Transporte Rápido (BRT). A afirmação foi feita após o Jornal Nacional veicular reportagem falando sobre o desmanche da estrutura já construída para o VLT, com falas de técnicos que são contrários à troca do modal.

“Palpites podem ser dados, mas a decisão já foi tomada, fundamentada em estudo técnico… blá blá blá… já falamos isso 200 vezes. Agora, é óbvio que a empresa e o consórcio, que tem que devolver através de uma ação judicial mais de R$ 1 bilhão, vai contratar um estudioso aqui, uma matéria acolá, uma tentativa… Estão esperneando há muito tempo. A obra iniciou, está lá em Várzea Grande, está andando”, disse o governador.

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A reportagem do Jornal Nacional destaca que o valor gasto até agora com o antigo modal, mais de R$ 1 bilhão, está sendo descartado para construção da estrutura para o BRT.

O governo tenta na Justiça ser ressarcido pelo Consórcio VLT, no valor de R$ 830 milhões, por danos materiais e coletivos. A ação também visa obrigar o consórcio a retirar os vagões de Várzea Grande e vende-los, depositando em conta judicial os valores obtidos com a venda.

OBRAS TRAVADAS

Nesta semana, o vice-prefeito de Cuiabá, José Roberto Stopa (PV), disse que as obras do BRT não começaram na capital devido à falta de informações necessárias para que o Município dê a autorização.

O Estado recorreu ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) na tentativa de acelerar a análise da documentação. No entanto, Stopa comentou que ainda faltam detalhes a serem repassados e que a prefeitura não daria “cheque em branco” para obra sem projeto.

Sobre essa justificativa dada pelo vice-prefeito, o governador preferiu não comentar.

ELEFANTE BRANCO

A novela do VLT se estende desde 2014, quando o modal deveria ter sido entregue para a Copa do Mundo. O projeto já consumiu mais de R$ 1 bilhão dos cofres públicos e foi alvo de operação operações policiais. Em 2017, após indícios de irregularidades, o Estado rescindiu o contrato com o Consórcio VLT.

Três anos depois, após estudos técnicos, o governo decidiu mudar o modal e, em abril do ano passado, divulgou a empresa vencedora do certame que será responsável pela realização das obras do BRT, no valor de R$ 468 milhões.



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