Polícia conclui inquérito sobre morte de assessor: vítima pagava R$ 100 por sexo com menores

Gilberto Leite | Estadão Mato Grosso

Wanderley Leandro Nascimento Costa, assessor parlamentar assassinado no fim do mês passado por dois homens, pagava para ter relações sexuais com menores de idade. A informação é do delegado Hércules Batista Gonçalves, que conduziu as investigações do caso na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Cuiabá. Ele concedeu coletiva de imprensa nesta quinta-feira (2) para anunciar a conclusão do inquérito.

Segundo Hércules a execução de Wanderley foi motivada por vingança. Os assassinos, Murilo Henrique e Richard Estaques Aguiar, ficaram sabendo dos casos da vítima com menores de idade. Um desses menores seria parente de um dos assassinos.

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Os assassinos usaram um pano embebido em álcool para executar Wanderley. Durante o processo, a vítima teve alguns dentes quebrados, tamanha violência.

Ainda segundo o delegado, as práticas sexuais de Wanderley eram de conhecimento de sua esposa, com quem teria um casamento de fachada. Hércules afirmou, porém, que ela não deverá ser incriminada por não denunciar o próprio marido porque, segundo ele, as vítimas não eram filhas dela.

Casa dos horrores

A investigação apontou que Wanderley oferecia dinheiro às crianças e permitia que elas frequentassem sua casa em troca de sexo. A faixa etária dos menores abusados por Wanderley não foi revelada pelo delegado.

“A Investigação demonstra que a casa dele era utilizada já algum tempo. Era comum haver várias crianças e até adolescentes que frequentavam aquele local, para jogar vídeo game e ele se aproveitava disso para ter uma aproximação sexual”, explicou Hércules.

O delegado detalhou que a prática ocorria há alguns meses e que Wanderley oferecia cerca de R$ 100 reais diretamente às vítimas para poder abusar delas.

Vista Grossa

Segundo o delegado, a esposa de Wanderley, que não foi identificada, sabia que o assessor abusava das crianças e dos adolescentes. Hércules detalhou que ambos vivam um relacionamento de fachada, pois Wanderley escondia que era homossexual.

Neste relacionamento de fachada, Wanderley se relacionava com outros homens e sua esposa também podia manter relações com outras pessoas. Para manter o disfarce, Wanderley registrou cinco filhos que não eram dele.

Nas palavras do delegado, a esposa de Wanderley não será indiciada por omissão em relação aos abusos cometidos contra as outras crianças.

A Polícia apreendeu celulares e computadores pertencentes a Wanderley e o material será encaminhado à Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente – Deddica, que investigará o caso.

Relembre o caso

Wanderley ficou desaparecido por cinco dias e seu corpo foi encontrado na região do Cinturão Verde, em Cuiabá, no dia 20 de fevereiro. Um dos executores do assessor, Murilo Henrique, preso no município de Terra Nova do Norte, confessou o crime e informou onde o corpo do assessor estava localizado. Os policiais localizaram o cadáver, já em avançado estado de decomposição.

O segundo assassino, Richard Estaques Aguiar, foi preso um dia depois após fugir para Lucas do Rio Verde, acompanho da mulher e do filho.

Richard se hospedou em um hotel e foi na direção de Nova Mutum, sendo preso no município e também confessando o crime.

Estadão Mato Grosso