Homem ameaça a ex-mulher de morte e humilha criança autista em cidade do interior de MT

 

Gilberto Leite | Estadão Mato Grosso

Envolto a piadas por ser um dia liberado para se mentir, o 1º de abril lembra a aproximação da Páscoa, com seus significados de ressurreição e libertação. Ele também é o primeiro dia após o Mês da Mulher e antecede o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Em Mato Grosso, um homem de 48 anos decidiu violar os dois grupos em um único ato, ameaçando sua ex-mulher de morte e humilhando o filho dela, uma criança com espectro autista. O crime se deu por volta das 21 horas, na cidade de São José dos Quatro Marcos (310 km de Cuiabá).

De acordo com o boletim de ocorrência, esta não é a primeira vez que o homem agride a ex-mulher. Contudo, sempre ameaçada de morte caso o denunciasse, ela nunca procurou a polícia. Neste sábado, porém, ela não aguentou ver seu filho ser vítima da violência e, por isso, pediu socorro à sua filha, que mora em outra casa. Foi ela quem chamou a polícia para as vítimas.

Aos militares, a mulher narrou que o homem invadiu sua casa pulando o muro e que só percebeu sua presença quando ele já estava na sala.

Além das ameaças, a mulher ainda narrou que foi humilhada desde o momento em que o criminoso invadiu a casa. Ela foi chamada de “vagabunda”, “puta” e “pomba gira safada”, este último em violação também às crenças alheias.

Após pedir socorro à filha, a mulher saiu de casa e foi encontrada pelos policiais militares na esquina de casa.

Quando viu os agentes, o homem passou a ofendê-los, dizendo que eles não entrariam na casa e que ele trabalhava com pessoas influentes. Os militares deram ordem de abordagem, o orientando a permitir a revista, em busca de armas, mas ele se negou.

Diante disso, os agentes o imobilizaram e o algemaram. O boletim de ocorrência cita que ele apresentava sinais visíveis de embriaguez e que continuou a tentar intimidar os policiais, mesmo após imobilizado.

Já na Delegacia de Polícia, o homem não quis fornecer os dados pessoais, alegando que não “era da conta dos policiais”.

A mulher registrou o boletim de ocorrência e solicitou medida protetiva de urgência, pois teme por sua vida.

Estadão Mato Grosso