Juiz nega pedido de reconstituição de assassinato de assessor
A Justiça negou o pedido de defesa de Murilo Henrique Araújo Souza, de 18 anos, para que fosse feita a reconstituição do assassinato de Wanderley Leandro Nascimento Costa, ex-assessor parlamentar do deputado estadual Wilson Santos (PSD), morto em fevereiro deste ano.
A decisão é assinada pelo juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, e foi publicada na quarta-feira (26). Na mesma decisão, o magistrado marcou para o próximo dia 15 de maio a audiência de instrução.
A defesa de Murilo, que era amante de Wanderley, pediu a reconstituição do crime alegando que houve o “desencontro das versões apresentadas”.
O juiz, contudo, afirmou que a reprodução só pode ocorrer quando houver a necessidade de reproduzir a sequência de atos que fizeram parte da prática delituosa, o que não é a hipótese do caso.
“Eventual desencontro de versões podem ser dirimidas por outros meios probatórios, tais como, acareação, já que cada acusado atribui a responsabilidade pela execução efetiva do crime, com emprego de asfixia. […] só tem cabimento quando os atos e fatos ( iter criminis ) fizerem necessário para esclarecimento da sequência como o crime foi praticado e, nesse aspecto, d.v., não vislumbro essa necessidade”, escreveu o magistrado.
“Sendo assim, indefiro o pedido de reprodução simulada dos fatos, requerida pela nobre defesa técnica do imputado Murilo Henrique Araújo de Souza”, completou.
O caso
Wanderley desapareceu no dia 16 de fevereiro, após sair de casa em seu veículo Chevrolet Traker.
Segundo a Polícia Civil, depois disso, os dois acusados do crime foram até a casa da vítima, no bairro São João Del Rei, e pegaram uma TV 70 polegadas.
Durante a investigação, os policiais receberam informações de que o veículo da vítima havia passado em um pedágio sentido a Sinop.
Com base na informação, foi possível identificar os suspeitos e prendê-los.
De acordo com o delegado Hércules Batista Gonçalves, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o assassinato foi uma “vingança” dos acusados, depois que a vítima assediou os parentes deles, menores de idade.
As investigações, conforme o delegado, demonstraram que o servidor mantinha envolvimento com menores de idade e oferecia dinheiro a eles para manter relações sexuais.
Wanderley trabalhava com o deputado Wilson Santos (PSD).
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