Após ouvir WS e ex-Sesp, Janaina descarta CPI dos Faccionados

A presidente interina da Assembleia, Janaina Riva (MDB) descartou uma investigação para identificar quem são os parlamentares que teriam sido eleitos com apoio de facções criminosas. Ela também descartou convocar o ex-secretário de Segurança, Alexandre Bustamante.

 

A acusação foi feita pelo deputado Wilson Santos (PSD) na semana passada. Ele contou que, em conversa com Bustamante, descobriu que parlamentares pediram instalação de tomadas de energia nas celas das penitenciárias do Estado.

 

Assim, esses deputados atenderiam um pedido de líderes de facções criminosas, que poderiam carregar celulares nas celas.

 

Janaina revelou que conversou com o ex-secretário e que ele negou as informações de Wilson. Desta forma, segundo ela, abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso seria infrutífera, pois seria “o dito, pelo não dito”.

 

“Eu ouvi o ex-secretário Bustamante dizendo que não confirma as informações. Portanto, não tem o que ser investigado pela Assembleia. Eu não entendo que caiba a nós essa responsabilidade”, disse Janaina durante sessão de quarta-feira (3).

 

Nenhuma denúncia envolvendo qualquer deputado relacionado ao crime organizado. Nunca na história dessa casa

“Não entendo que caiba a nós fazer uma convocação do ex-secretário, mas respeitarei se a maioria entender diferente”, disse a presidente, que teve o entendimento mantido pelos colegas.

 

“Fala infeliz” e investigação no MPE

 

Para Janaina, a fala de Wilson foi infeliz. Para ela, nenhum parlamentar está ligado a facções criminosas no Estado.

 

“Aqui não tem ninguém envolvido com o crime organizado. A fala do deputado Wilson Santos foi infeliz da forma que foi colocada”, disse. 

 

“Nunca recebemos, na ouvidoria, nenhuma denúncia envolvendo qualquer deputado relacionado ao crime organizado. Nunca na história dessa casa”, acrescentou.

 

Wilson deverá prestar depoimento ao delegados do Naco (Núcleo de Ações de Competências Originárias) nos próximos dias para esclarecer os fatos. O órgão, ligado ao Ministério Público Estadual, é responsável por investigar pessoas com foro por prerrogativa de função.

 

“O Wilson vai ao Ministério Público e vamos deixar que sejam feitos todos os procedimento devidos para que haja uma investigação. Não podemos aceitar que coloquem os nosso colegas sob suspeição. Nenhum deles”, completou Janaina.

 

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