Preso em flagrante, vice-prefeito paga fiança para ser liberado
O vice-prefeito de Feliz Natal, Antônio Alves da Costa, foi solto, na tarde desta nesta terça-feira (16), após pagar uma fiança de cinco salários mínimos, correspondente a R$ 6,6 mil.
Ele havia sido preso em flagrante por posse irregular de arma durante a Operação Ronuro. A informação foi confirmada ao MidiaNews pelo advogado Marcos de Moura, que faz a defesa do político.
Antônio e o prefeito de Feliz Natal, Toni Dubiella, foram alvos de ordens judiciais. Durante o cumprimento do mandado na madureira Jatobá, a Polícia apreendeu dentro do cofre da empresa uma arma calibre 38, além de munições e documentos.
Durante depoimento, Anônio alegou que a arma pertencia ao gerente do estabelecimento e que não tinha ciência de que o produto estaria escondido no cofre. Ao ser questionado sobre a localização do funcionário, afirmou que ele estava em uma consulta médica em Cuiabá. Ele também disse desconhecer se o gerente possui registro e posse da arma.
Nesta terça, foram cumpridas 22 ordens judiciais. Além de Feliz Natal, os municípios de Cláudia, Nova Ubiratã e Sorriso também ficaram na mira da Polícia Civil.
O cumprimento das ordens judiciais contam com apoio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), além das equipes policiais das Diretorias do Interior e de Atividades Especiais.
De acordo com a Polícia, o grupo criminoso cometia o desmatamento visando lucro financeiro a qualquer custo, com a destruição da vegetação e da fauna.
Investigações
As investigações iniciaram no segundo semestre de 2019, após denúncias de que pessoas envolvidas no comércio de madeira estavam praticando ilícitos ambientais e fazendo a extração ilegal na Estação Ecológica Rio Ronuro.
Após a pandemia da Covid, no mês de fevereiro de 2022 as diligências foram intensificadas pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) para identificar os agentes responsáveis pelo dano ambiental, com a extração e desmatamento ilegal da vegetação nativa preservada na estação ecológica situada em Nova Ubiratã.
Os indícios apontam que integram esse grupo investigado, agentes políticos, madeireiros, empresas transportadoras, pessoas físicas e jurídicas.
Esquema criminoso
Ainda de acordo com a Polícia Civil, os proprietários das madeireiras utilizam terceiros como “laranjas” para mascarar o comércio irregular da matéria-prima, a fim de burlar a administração pública ambiental e fiscal, praticando o crime ambiental e a sonegação de impostos, além do prejuízo ao meio ambiente e social.