Wellington Fagundes chama operação de “grotesca” e diz que Senado deve tomar providência

 

O senador Wellington Fagundes (PL) classificou como “grotesca” a operação da Polícia Federal, nesta quarta-feira (3), que cumpriu mandado de busca e apreensão em endereço do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de prisão contra os ex-assessores Mauro Cid e Max Guilherme.

Bolsonaro foi alvo de uma operação no âmbito de um inquérito que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal), sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Neste caso, a investigação é sobre uma suposta “associação criminosa constituída para a prática dos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde.” A suspeita é de que registros de vacinação de Bolsonaro, Cid e da filha mais nova do ex-presidente, Laura, foram forjados.

Segundo Wellington, não há razão para se cumprir um mandado de busca por conta de um “atestado de vacinação”. Ele pediu respeito ao ex-presidente.

“Estupefatos estamos. Até pelo motivo, um atestado de vacinação. Não vemos motivo nenhuma para uma operação tão grotesca, porque afinal de contas trata-se deum presidente da República e todo presidente tem que ser respeitado pela autoridade que exerceu”, disse o senador em conversa com a imprensa, nesta quarta.

Estupefatos estamos. Até pelo motivo, um atestado de vacinação. Não vemos motivo nenhuma para uma operação tão grotesca

Fagundes afirmou que reunirá o bloco ao qual pertence no Senado para discutir atitudes a serem tomadas. Para ele, o Congresso Nacional deve “agir” diante da operação determinada pelo ministro do STF.

“Para a estabilidade da democracia, excesso é sempre perigoso. Como líder do bloco Vanguarda, hoje de manha conversamos, e acho que o Senado terá que tomar algumas providências, porque o abuso está acontecendo”, afirmou.

“Temos que discutir institucionalmente a posição do Congresso Nacional, porque não é só o Senado”, acrescentou.

Suspeição de Moraes

Wellington, entretanto, evitou tecer críticas diretas ao ministro Alexandre de Moraes.

Mas citou outros casos que na visão dele ultrapassam os limites da legalidade. Como a prisão do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, preso no dia 14 de janeiro por suposta omissão nos atos do 8 de Janeiro.

“Não é questão de suspeição, nós precisamos de esclarecimentos. Temos o Anderson Torres preso há mais de 100 dias. Isso para nós já é uma tortura. E juridicamente isso representa um abuso. O prazo máximo é 95 dias. É a lei. E um preso que não tem nenhuma condenação”, disse.

“E tudo isso deixa a todos assoberbados. Sem saber como tocar […] Estamos cobrando para que os limites sejam muito bem observados e que isso seja sempre fruto de um diálogo. Não pode um poder ultrapassar o outro”, completou.

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