Mendes pede a Haddad alterações em reforma contra prejuízos a MT

O governador Mauro Mendes (União) pediu ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), alterações no texto da Reforma Tributária, que deve ser apresentado nesta semana e colocado em votação no Congresso Nacional. 

 

Ambos se encontraram em uma reunião na manhã desta terça-feira (20), no Ministério da Fazenda, em Brasília.

 

Mendes sugeriu a inclusão de um crédito outorgado de 5% para as regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, no intuito de preservar o desenvolvimento industrial dessas regiões – tendo em vista que a reforma prevê a extinção dos incentivos fiscais.

 

Ainda sugeriu alterações na transição da tributação; instituição de um seguro receita; instituição de contribuição para infraestrutura e habitação em substituição aos fundos já existentes em alguns estados; e vedação da tributação do Simples Nacional pelas plataformas nas operações e prestações interestaduais.

 

“As indústrias dessas regiões precisam de apoio para se manter, pois há uma logística pior, energia mais cara, mão de obra menos qualificada, distância dos portos e dos locais de consumo. Sem nenhum incentivo, essas indústrias vão migrar para o Sul e Sudeste, e isso vai trazer grandes prejuízos econômicos e desemprego. Será uma desindustrialização em massa”, disse Mendes.

 

Sem nenhum incentivo, essas indústrias vão migrar para o Sul e Sudeste, e isso vai trazer grandes prejuízos econômicos. Será uma desindustrialização em massa

De acordo com o governador, o modelo que está sendo pensado na reforma é benéfico apenas para as grandes indústrias, mas pode prejudicar milhares de pequenas e médias empresas que vivem da atividade industrial.

“Entendemos a necessidade de uma reforma. Mas esse sistema atual precisa morrer lentamente, para não causar profundas alterações para os estados e para as empresas, pois houve um esforço de três décadas para industrializar essas regiões”, afirmou.

 

“Esses 5% que estamos sugerindo de diferença na tributação poderá compensar essas dificuldades. Essa não pode ser uma reforma muito boa para as grandes indústrias e exportadores, e matar as pequenas e médias”, acrescentou.

 

Sem desajustes 

O ministro Fernando Haddad registrou todas as sugestões e disse não ser desejo do Governo Federal causar problemas aos estados.

“Foi a melhor reunião que eu tive com um governador. Em meia hora o senhor explicou todos os pontos necessários, de forma clara e direta. A União não quer o desequilíbrio regional. Queremos que a reforma ajude a equilibrar a Federação”, resumiu.

Também participaram da reunião: o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy; os senadores Jayme Campos, Wellington Fagundes e Margareth Buzzetti; o deputado federal Fábio Garcia; e os secretários de Estado Mauro Carvalho (Casa Civil) e Rogério Gallo (Fazenda).



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