Faccionados que mutilaram e assassinaram jovem a mando do tribunal do crime são condenados
Dois autores do homicídio cruel que resultou na morte do jovem João Gabriel Silva de Jesus em dezembro de 2018, em Várzea Grande, foram condenados em decisão do tribunal do júri. A investigação realizada pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) chegou aos autores do bárbaro homicídio, ordenado por integrantes de uma facção criminosa.
Na decisão, Kelven Jonathan de Souza Nascimento foi condenado a 21 anos e 6 meses de reclusão pelos crimes de homicídio qualificado pelo motivo torpe, ocultação de cadáver e organização criminosa. O segundo envolvido, Denilson Oliveira Silva foi condenado a 20 anos e 6 meses pelos crimes de homicídio qualificado e organização criminosa.
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O inquérito policial da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), presidido pelo delegado Caio Fernando Alvares de Albuquerque, apontou que a vítima foi cruelmente executada após decisão de um “tribunal do crime” que subjugou, julgou e o jovem apenas 20 anos, que criminosos supunham ser um informante da polícia.
Em setembro de 2021, a DHPP deflagrou a Operação Comando da Lei para cumprimento de mandados judiciais expedidos pela 1a Vara Criminal de Várzea Grande e que tiveram como alvos quatro pessoas investigadas pelo crime, entre elas os dois condenados.
Tribunal de execução
A vítima, João Gabriel Silva de Jesus foi atraída até uma casa no Jardim Eldorado, em dezembro de 2018, onde foi julgada no “tribunal do crime” por supostamente ser informante da polícia e denunciar ações criminosas ocorridas no bairro.
Conforma a investigação minuciosa conduzida pelo delegado Caio Fernando Albuquerque, no celular da vítima, os investigados identificaram que João Victor seria um informante e decidiram, então, executá-lo. O rapaz foi torturado e espancado e depois atingido por disparos de arma de fogo.
Ele também ainda sofreu lesões por arma cortante no pescoço e no crânio, o abdômen dilacerado, o que causou a exposição das vísceras, e teve uma das mãos amputadas.
O corpo foi desovado em um terreno baldio no bairro Parque Paiaguás, na região do São Mateus, onde foi localizado no dia 21 de dezembro, em decomposição, três dias após o desaparecimento de João Victor ser registrado.
Investigação
As diligências executadas pela DHPP, que reuniram dezenas de relatórios, oitivas, checagem de dados, laudos de necropsia e balística, chegaram à identificação de quatro envolvidos diretamente na execução, para atrair e levar a vítima até a cena do crime e na execução do homicídio.
Outras pessoas também atuaram indiretamente com ações acessórias que incluíram a remoção do corpo da casa para levar até o local onde foi desovado, o sumiço da motocicleta usada pela vítima e também aqueles que cuidaram, entre outros detalhes, para dar fim aos veículos utilizados no crime.
“Foi um crime chocante, executado para demostrar força e medo e passar um sentimento de poder em relação aos executores. Mas, a atuação da Polícia Civil conseguiu, por meio de um trabalho minucioso, levantar e identificar os envolvidos no crime”, comentou o delegado Caio Albuquerque.
Nesta quarta-feira, dois executores diretos do homicídio foram presos. Um deles é a pessoa que atraiu a vítima para a casa onde ocorreu o crime e trouxe o celular de João Victor para ser vistoriado por outro criminoso, que teria uma função mais importante no grupo criminoso, e determinou a morte da vítima.
As diligências para prender outros envolvidos que estão com mandado de prisão decretado seguem em andamento. Os envolvidos identificados têm passagens criminais.
Os envolvidos identificados responderão por homicídio qualificado (vingança, crueldade, motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima), ocultação de cadáver e por integrar organização criminosa.