Cronologia: corpo de advogada ficou 6 horas na casa de ex-PM

Os laudos periciais anexos ao inquérito policial que investigou a morte da advogada Cristiane Castrillon, de 48 anos, mostraram a cronologia dos fatos e o tempo que o corpo da vítima ficou em poder do assassino, até ser abandonado no Parque das Águas.

 

O inquérito foi concluído nesta semana.

Pelo gotejamento é possível verificar que as lesões se iniciam no quarto, em cima da cama

 

Cristiane foi estuprada, espancada e asfixiada até a morte na madrugada de 13 de agosto, um domingo. O ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, de 49 anos, foi preso em flagrante acusado de ter cometido os crimes.

 

Cristiane e Almir se conhecerem poucas horas antes do assassinato, na noite do dia 12, no Bar do Edgare. Uma testemunha, familiar da vítima, a viu com vida pela última vez por volta das 23h30, quando foi embora do estabelecimento.

 

Os laudos periciais apontam como a hora da morte de Cristiane entre a meia-noite e 2 da madrugada. Por volta desse horário uma vizinha ouviu gritos, que logo cessaram, e ela acabou não chamando a Polícia.

 

Almir saiu de casa com o carro da vítima, um Jeep Renegade, por volta das 8h da manhã. Cristiane já estava morta há pelo menos seis horas e foi colocada no banco do carona do veículo.

 

Um óculos escuro foi colocado em seus olhos para dissimular que ela estava morta. Entre 8h30 e 9h, o corpo dela foi deixado no parque.

 

Assim que abandonou o corpo de Cristiane, Almir pediu uma corrida de aplicativo e voltou para casa. Meia hora depois, ele recebeu uma mulher com quem se relacionava há pouco tempo. Esse era o tericeiro encontro dos dois. 

 

Uma câmera de segurança registrou o casal se beijando em frente à casa onde poucas horas antes Cristiane havia sido morta de forma violenta.

 

Por um aplicativo de rastreamento instalado no celular da vítima, o irmão de Cristiane a encontrou entre 14h30 e 15h, deitada no banco do carona com o óculos no rosto.

Reprodução/Facebook

Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni

Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni

 

A constatação de que o caso se tratava de um assassinato aconteceu na noite de domingo, por volta das 21h10. Almir já estava preso às 23h, menos de duas horas depois.

 

Assassinato

 

Segundo o delegado Marcel Oliveira, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa, as provas periciais traduziram aos investigadores a sequência de fatos.

 

“Pelo gotejamento [de sangue] é possível verificar que as lesões se iniciam no quarto, em cima da cama. Foi colhido tanto material genético no colchão quanto no edredon”, explicou.

 

“Esse quarto onde ocorrem as agressões é o último ponto da residência. Então, para tirar o corpo da vítima daquele último ponto você, tem que vir até a frente da residência para entrar no veículo e poder sair com ele da garagem”.

 

O luminol (substância química que reage a presença de sangue) mostrou uma grande quantidade de sangue no quarto, depois um espaçamento de gotejamento pelo corredor, até a vítima ficar, possivelmente, por um tempo na sala, que é o ponto mais próximo da garagem.

 

O assassino limpou a casa para tentar dissimular o crime e deixou mais evidências em todas as maçanetas e ralos.

 

“Depois de fazer a limpeza, as mãos ficaram sujas de sangue e ele teve que lavar em algum lugar. Em todas as pias da residência foi verificada a presença de sangue nas maçanetas da torneira e grande concentração de sangue também na parte do ralo”, disse.

 

Os edredons e travesseiros foram encontrados pela Polícia embebidos em substâncias químicas dentro de um tanque.

 

Segundo o delgado Edison Pick, Almir limpou toda a casa com Cristiane morta ainda dentro da residência.

 

“O corpo ficou na casa, ele fez a limpeza, deu tempo do sangue coagular e quando ele coloca o corpo no veículo, o sangue já não está mais escorrendo”, afirmou Pick.

 

“O laudo não apresentou nenhum gotejamento de sangue dentro do veículo, devido ao tempo que o corpo ficou em repouso na casa”, completou.

 

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