Delegado: “Ex-PM assassino caiu nas próprias mentiras; covarde, escória”

 

O delegado Marcel Oliveira, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa, falou sobre o perfil do ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, de 49 anos, preso acusado de matar a advogada Cristiane Castrillon, de 48, em Cuiabá.

Trinta minutos depois ele estava agarrado aos beijos com outra pessoa na porta da casa dele. Um completo covarde, um bruto, um grau extremo de violência

Almir foi descrito como um homem “covarde e bruto”, uma verdadeira “escoria da sociedade”.

Cristiane foi estuprada, espancada e asfixiada até a morte na madrugada de 13 de agosto. Horas depois seu corpo foi encontrado abandonado dentro de seu carro no Parque das Águas, em Cuiabá.

“A gente fala da violência sexual, física, mas a capacidade que uma pessoa tem de botar outra dentro do carro e simular que é um passageiro, colocando um óculos escuro, para que transpareça para a sociedade que aquela pessoa está viva, demonstra total desprezo com a vítima”, afirmou o delegado.

“Trinta minutos depois ele estava agarrado aos beijos com outra pessoa na porta da casa dele. Um completo covarde, um bruto, um grau extremo de violência. Uma pessoa desprezível, uma escória para a sociedade”, completou.

O aplicativo de rastreamento instalado no celular da vítima levou os policiais à casa de Almir. No local, segundo o delegado, ele foi “caindo em suas próprias mentiras”.

“Eu comecei a questioná-lo. ‘E a porrada na cabeça?’. Ele respondeu ‘Oh, doutor, vamos falar a verdade aqui agora pra você. Na hora que a gente estava saindo aqui da residência, ela caiu aqui na sala e bateu a cabeça’”, afirmou o delegado sobre as falas de Almir.

Instigado com as perguntas, ele foi entrando em contradição. “Aí eu falei: ‘Mas ela tinha mais de uma pancada na cabeça’”.

Ele foi indicando o outro suposto local em que a vítima teria caído. No começo ele também negou que tivesse visto sangue, pouco depois, se contradisse novamente, segundo o delegado.

Suposta esquizofrenia

Marcel Oliveira não vê em Almir indícios de incapacidade de responder pelo crime que cometeu.

“Muito pelo contrário. Na hora em que o prendemos, ele se mostrou uma pessoa com muita capacidade mental para analisar, conversar e dizer tudo o que estava acontecendo ali. Do ponto de vista policial, eu vejo que uma pessoa capaz”, disse o delegado.

Almir tirou recentemente uma carteira de motorista e anexou um laudo atual, de 23 de junho de 2023, afirmando que estava apto mental e fisicamente para a função.

Atualmente o ex-policial trabalhava como motorista de taxi e de aplicativo.

“Um modus padrão de criminosos que praticam crimes de feminicídio é alegar problemas de diabetes, problemas psiquiátricos, de infância. Tudo para fugir da aplicação da lei penal”, afirmou.

O caso

Almir e Cristiane se conheceram casualmente na noite de sábado (12), no bar do Edgare.

De lá, com o carro da vítima, um Jeep Renegade, eles foram até a casa de Almir, no Bairro Santa Amália.

Após matar Cristiane, Almir a colocou no carro dela e a deixou no estacionamento do Parque das Águas.

Segundo a Polícia Civil, Cristiane tinha várias lesões aparentes por espancamento e foi morta por asfixia.

Um aplicativo de rastreamento instalado no celular da vítima mostrou o trajeto dela até ser encontrada no parque.

Os dados levaram a Polícia até a casa de Almir, que foi preso em flagrante e autuado pelo crime.

“Foi um crime bárbaro que ficou caracterizado pelo feminicídio praticado em razão do gênero da vítima, sendo a vítima espancada e asfixiada até a morte pelo fato de ser mulher”, explicou o delegado Marcel de Oliveira, que atua no caso.

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