Vídeo mostra assassino dizendo à Polícia que a morte de advogada foi acidental
Um vídeo registrado no momento da prisão do ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, de 49 anos, mostra ele tentando convencer a Polícia de que a advogada Cristiane Castrillon, de 48, morreu de forma acidental. Ela foi encontrada morta dentro de seu carro no domingo (13) no Parque das Águas, em Cuiabá.
Nas imagens feitas na casa do ex-PM, onde o crime aconteceu, Almir aparece indicando onde a advogada teria “batido a cabeça”, e sangrado, no momento em que “caiu”.
Foram esses dois lugares, aqui e na sala. Na hora que ela foi levantar para pegar alguma coisa para beber, pegar cerveja
Segundo o delegado Ricardo Franco, essa versão não se sustenta diante das provas encontradas na sua residência, no Bairro Santa Amália.
No vídeo, ele aparece algemado, de chinelos, bermuda preta e uma blusa de frio cinza, minimizando toda a situação. “Isso aí é do banheiro, isso aí já estava”, disse Almir.
Um dos investigadores questiona: “Tinha sangue aqui?”. “É, mas pouquinho, pouca coisa aqui. Ela caiu e bateu a cabeça. Eu não preciso mentir”, ele responde.
Quando é questionado em que partes havia sangue no quarto, ele fica em alerta. “Sangue não, eu não falei sangue, falei que ela bateu a cabeça perto da cama”.
“Vamos lá ver, para ver se a gente acha sangue para corroborar com a sua história”, disse o delegado Franco.
Almir leva os investigadores pelo corredor até o quarto, dizendo: “Eu estou falando a verdade”.
Ao chegar ao quarto ele mostra o chão, indicando que ali a vítima teria caído ao se levantar da cama.
“Foram esses dois lugares, aqui e na sala. Na hora que ela foi levantar para pegar alguma coisa para beber, pegar cerveja”, disse o ex-PM.
Ao voltar, ele nega que tivesse qualquer vestígio de sangue no banheiro, garantindo que ela “nem entrou” no cômodo.
O delegado Marcel de Oliveira, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa, participou da diligência.
“Foi aqui que você lavou?”, questiona Oliveira para as inconsistência de Almir.
“Eu não lavei nada não”, responde o ex-PM.
“Passou creolina? E esse cheiro de creolina na casa?”, reforça o delegado.
“Aqui é negócio de banheiro, que põe e aí tem creolina. Não uso creolina. Nunca passei creolina, não”, diz Almir.
Ele continuou dizendo que sangue mesmo havia “só um pouco” na entrada da casa. Os outros dois pontos, no quarto e na sala, ela só “teria batido a cabeça na queda”.
Contradições
Segundo o delegado Ricardo Franco, a história não se sustenta, uma vez que foi encontrado sangue em vários outros pontos da casa.
O luminol, substância química que acusa a presença de sangue, mostrou que o imóvel estava cheio de sangue.
De acordo com o delegado, havia sangue nos móveis em volta da cama, como mesinha de cabeceira, cabeceira da cama e colchão, além do banheiro, que nas imagens ele nega que a vítima tenha entrado.
“Ele lavou a casa, os móveis e passou creolina. A gente avança por esses vestígios que ele cometeu um crime. E ele, a todo momento, tenta se furtar da autoria”, disse Franco.
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