Vizinhos dizem que ex-PM assassino de advogada era discreto e pouco conhecido na rua
A modesta casa do Bairro Santa Amália, palco do brutal feminicídio da advogada Cristiane Castrillon, de 48 anos, segue fechada, quase uma semana após o crime. No local, nada parece ter acontecido.
A rua era muito calma até essa fatalidade. Nunca tinha acontecido nada de diferente aqui
Na tarde de quarta-feira (16), a reportagem do MidiaNews esteve na rua onde ocorreu o crime que chocou a Capital na última semana e conversou com moradores.
O ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, de 49 anos, acusado pelo assassinato, foi descrito como um homem muito discreto, que nunca aparentou nenhum comportamento estranho.
“Ele não era muito de sair, não era muito conhecido aqui na rua. Ele só aparecia quando tinha jogo do Flamengo, porque ele saía para comemorar na rua”, disse um dos vizinhos, que preferiu não se identificar.
“Eu não sabia que ele morava sozinho, que era um ex-PM. Nunca demonstrou nenhum comportamento estranho. Às vezes conversava com alguma pessoa, mas não era de muitos amigos, de sair muito”, completou.
O vizinho disse não ter ouvido nada na madrugada em que o crime aconteceu, no último domingo (13), e só ter descoberto sobre o caso pelo grupo de WhatsApp do bairro.
Um casal de idosos disse ter chegado em casa por volta das 18h de sábado (12) e não ter ouvido nada que indicasse que, a poucas casas da sua na madrugada seguinte, uma mulher era espancada e asfixiada até a morte.
Reprodução
O ex-PM Almir Monteiro dos Reis, de 49 anos, mostrando aos Policiais os lugares em que havia sangue
“Chegamos em casa, assistimos à TV e fomos dormir. Só soubemos do caso no dia seguinte”, disseram.
Outra vizinha relatou que atualmente ele trabalhava como taxista e que, às vezes, o cumprimentava.
“Eu o via na rua, só cumprimentava mesmo. Ele fazia muito barulho só em dia de jogo”.
“A rua era muito calma até essa fatalidade. Nunca tinha acontecido nada de diferente aqui. Na noite do crime só notei os cachorros latindo mais, mas também não sei que horas foi isso”, afirmou a moradora.
A casa
A rua em que o crime aconteceu é extremamente calma. Enquanto a reportagem esteve no local, apenas dois veículos passaram.
A casa está longe de levantar qualquer suspeita. Com grade de ferro simples, rodeada por concertinas e pintura já gasta em rosa e um amarelo claro, ela se confunde com as demais do bairro.
Na área, sobre uma mesinha de plástico, ainda está a mistura com creolina que teria sido usada para limpar o sangue da vítima.
O material, contido em um pode de amaciante, aparece no vídeo gravado pelos investigadores no momento da prisão. Na ocasião, Almir tenta enganar as autoridades indicando lugares onde a vítima caiu e bateu a cabeça.
Na parte da frente, há um pouco de lixo espalhado, mas nada que chame a atenção.
Almir foi preso em flagrante, em menos de 24 horas, e está preso na unidade prisional de Chapada dos Guimarães.
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