Delegado: cobradores do chicote foram descobertos por “burrice”; agiam de “modo atrapalhado” e de “forma petulante”

 

O delegado Guilherme Bertoli, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Cuiabá (Derf), afirmou que os “cobradores do chicote” foram descobertos pela Polícia Civil por causa de sua “burrice”.

Devido à burrice dos criminosos de praticar o crime – e ainda filmar e divulgar as agressões -, foi possível iniciar a investigação

A declaração foi dada em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (20), após a deflagração da Operação Piraim, que investigou um grupo que se filmou chicoteando um devedor em plena luz do dia em Cuiabá.

“Devido à burrice dos criminosos de praticar o crime – e ainda filmar e divulgar as agressões -, foi possível iniciar a investigação e representar pela prisão deles”, disse o delegado.

O delegado se refere à gravação realizada na Avenida Miguel Sutil, onde seis homens agrediram um devedor com chicotadas, exigindo o pagamento de um débito O caso aconteceu em maio, mas veio à tona só em agosto.

O delegado contou que o pai da vítima procurou a Derf para fazer a denúncia de ameaça ao filho, que estaria devendo R$ 160 mil a um dos empresários alvos da operação.

O cerco foi armado para prender os agressores em flagrante, mas chegando na delegacia, por medo, a vítima – que também é um empresário da Capital – negou que tivesse sido agredida. Deste modo a prisão não pôde ser efetuada.

Reprodução

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Delegado diz que criminosos agem de “modo atrapalhado” e de “forma petulante”

“Foi feito o boletim de ocorrência e foi combinado de encontrar esses criminosos. Naquela oportunidade fizemos a abordagem com todos eles. Só que na delegacia, a vitima, amedrontada, acabou isentando esses criminosos”, disse o delegado.

Meses depois, em agosto, o vídeo com o episódio dos chicotes surgiu nas redes e pôde-se identificar cada um dos envolvidos e assim iniciar as investigações.

“Só que pelo modo atrapalhado de agir e da forma petulante desses criminosos, vazou esse vídeo das agressões, que confrontou tudo que a vítima falou. A vítima havia mentido por medo”, revelou.

“Espalhados pelo Estado”

Vai chegar a hora deles. Eles não têm estrutura para ficar foragidos. São dois covardes, e nós vamos colocar a mão neles

Com suas identidades expostas pelo vazamento dos vídeos, os cobradores fugiram para cidades do interior de Mato Grosso. Quatro deles – que tiveram mandados expedidos na Operação Piraim – estão foragidos.

O delegado Guilherme Bertoli, no entanto, afirmou que já tem informação sobre o paradeiro de Benedito Luiz Figueiredo de Campos, o “Dito”, e de seu irmão, José Augusto de Figueiredo Ferreira, o “Sapo”.

“Desde o momento em que esse vídeo vazou, esses criminosos encontram-se espalhados no Estado. Dois deles, o Benedito e o irmão dele, a gente sabe a cidade que eles se encontram e vai ser questão de tempo para prendê-los”.

“Vai chegar a hora deles. Eles não têm estrutura para ficar foragidos. São dois covardes, e nós vamos colocar a mão neles e fazer Justiça”, completou.

A operação

Os empresários Rafael Geon e Bruno Rossi são apontados como os mandantes da ação para cobrar o devedor e estão presos.

Além de Benedito e José Augusto, também estão sendo procurados os cobradores Guilherme Augusto Ribeiro, o “Japão”, e Sérgio Silva Cordeiro.

Conforme as investigações, os quatro receberiam comissões caso conseguissem receber as dívidas.

Cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos endereços do bando em Cuiabá.

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