Polícia Civil de Mato Grosso é destaque nacional por solução de crimes
Mato Grosso, o terceiro maior estado do Brasil e o maior em extensão em toda a região Centro-Oeste, não se destaca somente pelo tamanho. Conforme dados inéditos de uma pesquisa realizada pela Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol), o estado também possui a maior taxa de resolução e elucidação de crimes de todo o Centro-Oeste e a segunda maior do Brasil.
A pesquisa, divulgada na última terça-feira (12), mostra que 77,07% dos inquéritos instaurados em 2022 no Centro-Oeste foram solucionados. Em Mato Grosso, esse número aumenta exponencialmente e alcança 93,51%. É a segunda melhor taxa do país, atrás apenas do Maranhão, que alcançou 96,65% de resolução de inquéritos.
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Os índices de solução de homicídios e violência doméstica também se destacam. Em Mato Grosso, 90,11% dos homicídios e 98,90% dos casos de violência doméstica foram solucionados em 2022.
Para a delegada-geral da Polícia Civil de Mato Grosso, Daniela Silveira Maidel, a alta taxa de resolução de crimes violentos se deve à digitalização dos processos, que dá mais celeridade às investigações.
“A implantação do sistema de inquérito eletrônico, 100% digital e integrado à base de dados do sistema Geia da Polícia Civil, com o Processo Judicial Eletrônico (PJe) do Tribunal de Justiça, é uma das realidades da instituição que resulta em mais celeridade”, disse à reportagem do Estadão Mato Grosso.
A pesquisa foi feita nos 26 estados, mais o Distrito Federal. Além de mostrar os sucessos da Polícia Civil, também rendeu dados únicos sobre as estatísticas das instituições, inclusive, o déficit de efetivo, o subfinanciamento e a situação das polícias em diferentes regiões do país.
O levantamento aponta que a realidade nacional está bem diferente de Mato Grosso. Conforme a Adepol, a taxa de resolução de inquéritos fica em apenas 64,16% na média nacional.
O delegado Rodolfo Queiroz Laterza, presidente da Adepol, explica que o levantamento é feito a pedido da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados desde 2021.
Laterza destaca que foi considerado o marco temporal entre os anos de 2018-2020 conforme a base de dados fornecida por cada instituição, realizando-se uma mediana final com base em todos os dados compilados de todos os Estados.
“Os resultados mostram que na região Sudeste, a mais populosa, o índice de solução de inquéritos é de 52,44%. No Norte e Nordeste, supera os 60%, e chega a 77% no Centro-Oeste. Esses números são significativos e podem ser atribuídos ao trabalho abnegado e dedicado de todos os servidores das Polícias Civil e Federal”, avaliou Laterza.
INCOMPLETO
O estudo mostra o Estado de Mato Grosso do Sul com um índice de 94,9%. Contudo, o dado não está completo. O relatório aponta que o dado refere-se apenas à resolução de homicídios, único crime informado pela Polícia Civil daquele Estado.
CASO PACCOLA
Talvez, um dos crimes de maior notoriedade em 2022 e que atraiu a atenção da mídia durante longos meses, foi o assassinato do agente penitenciário Alexandre Miyagawa pelas mãos do então vereador por Cuiabá, Tenente Coronel Marcos Paccola. O crime, ocorrido no dia 1º de julho de 2022, chocou a comunidade cuiabana pela forma como Paccola matou Miyagawa com três tiros nas costas. O caso foi concluído em menos de 20 dias, com o indiciamento de Paccola por homicídio qualificado.
À época, quem ouviu o suspeito foi o delegado Hércules Batista Gonçalves, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), durante quatro horas.
O crime, que gerou discussões intermináveis na sociedade cuiabana, acabou com a cassação do vereador, por 13 votos a cinco, no começo de outubro de 2022, três meses após a execução que teve como palco as proximidades do Choppão.
O caso do Paccola ainda corre na Justiça e não há previsão de quando será julgado.