Defensoria Pública pede absolvição do ex-policial que estuprou e matou advogada

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MP-MT) se posicionou contrário ao pedido de absolvição do ex-policial militar Almir dos Reis, acusado de estuprar e matar a advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, na madrugada do dia 13 de agosto deste ano. O pedido de absolvição foi apresentado pela Defensoria Pública e se sustenta sob o argumento de uma suposta esquizofrenia do acusado.

No documento, que o Estadão Mato Grosso teve acesso, o Ministério Público afirma que não há evidências da dita esquizofrenia sustentada pela Defensoria Pública e que o pedido é descabido.

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“No caso concreto, os documentos médicos juntados pela Defensoria Pública demonstram (e isso referente ao ano de 2016) que o denunciado possui esquizofrenia paranoide. Embora seja um transtorno que careça de atenção médica psiquiátrica, de maneira alguma leva alguém a cometer a atrocidade que o réu deste processo cometeu, que, aliás, foi muito bem “elaborada”, não havendo nenhuma dúvida, portanto, quanto à integridade mental do acusado no que se refere à capacidade de entendimento acerca do caráter ilícito do crime por ele cometido.”, diz o trecho do documento.

Além disso, o Ministério Público, sustentou que o acusado trabalha de taxista e não há menção de qualquer circunstância que coloque em dúvida a sua sanidade mental.

“Além disso, consta dos autos depoimento prestado por (uma testemunha) que alegou, na presença da autoridade policial, conhecer o réu há mais de 30 (trinta) anos e, um dia antes dos fatos, relatou ter encontrado o acusado na Rodoviária de Cuiabá/MT trabalhando como taxista e ainda declarou que ele era uma pessoa normal e que nunca imaginou que ele seria capaz de praticar um feminicídio”, diz o MP.

Ainda no documento, o Ministério Público alega que se a Justiça acatar o pedido da Defensoria, o MP irá pedir a suspensão do processo e exigirá que o acusado seja submetido a exames médicos legais por uma equipe psiquiátrica da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sesp), no prazo legal de 45 dias.

O CASO

A execução bárbara da advogada Cristiane chocou a capital no meio do mês de agosto. À época, foi revelado pelo delegado Marcel Gomes de Oliveira, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que o ex-policial matou a advogada porque ela se recusou a fazer sexo anal.

Cristiane foi achada morta dentro do seu veículo, um Jeep Renegade, no Parque das Àguas, em Cuiabá. A causa da morte teria sido asfixia.

Horas antes do crime, ainda no sábado (12), Cristiane estava em um bar nas proximidades da Arena Pantanal quando conheceu Almir. Próximo da meia-noite, Cristiane e Almir deixaram o bar juntos. Após isso, a família de Cristiane não teve mais contato com a vítima.

As investigações localizaram Almir em sua residência, no bairro Jardim Santa Amália. O ex-policial confessou que dormiu com a vítima, mas apresentou contradições nas versões que deu aos policiais. Na casa, os investigadores encontraram pistas que o ligavam ao assassinato de Cristiane, com evidências de que o suspeito teria tentado lavar o local do crime.

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Estadão Mato Grosso